Bolsonaro acha que todos os evangélicos o apoiam

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O presidente Jair Bolsonaro criticou a pesquisa Datafolha que apontou uma vitória em primeiro turno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com 54% dos votos válidos. Em transmissão nas suas redes sociais, Bolsonaro questionou o resultado que apontou ele e o petista dividindo os votos dos evangélicos.

O resultado irritou Bolsonaro, que insinuou ter ampla maioria entre essa fatia do eleitorado. De acordo com o resultado divulgado nesta quinta-feira pelo Datafolha, entre os evangélicos, Bolsonaro tem 39% das intenções de voto e Lula, 36%.

— Não sou unanimidade, não sou o dono da verdade, não sou a última palavra, o ultimo biscoito, mas falar que estão divididos? — afirmou Bolsonaro.

Nesta sexta-feira, o presidente publicou em suas redes sociais um trecho de um discurso que fez em evento da Assembleia de Deus. Durante a live, em tom eleitoral, Bolsonaro tentou contrapor seu discurso em relação ao do ex-presidente Lula, sobretudo em relação à pauta de costumes. O presidente também atacou governadores petistas por terem adotado medidas restritivas durante o auge da pandemia da Covid-19, fechando igrejas.

— O lado de cá fala da boca pra fora, fala com o coração, Deus, pátria, família. O lado de cá defende família. O lado de lá, não. O lado de lá defende ideologia de gênero. Vai falar que os evangélicos estão divididos? — disse.

Apesar de ser um dos estratos em que o presidente se sai melhor, especialistas apontam que o voto evangélico também é influenciado por outros fatores: a maioria dos evangélicos são mulheres, em que o presidente tem uma intenção de voto bem menor que entre os homens, por exemplo. As amostras das pesquisas também apontam que o percentual de evangélicos que se identificam como pretos também costuma ser maior que o de outras religiões. Assim como entre as mulheres, o presidente Bolsonaro não tem um bom desempenho entre pretos e aqueles que se identificam como pardos.

Globo