Bolsonaro quer CPI mesmo se “não der em nada”

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Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo

O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a instauração no Congresso de uma CPI para investigar a Petrobras, diante dos seguidos aumentos dos preços dos combustíveis promovidos pela companhia.

Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, ele disse que segue articulando a proposta, embora tenha indicado o presidente da companhia, José Mauro Coelho. E defendeu que os preços praticados pela companhia são “um abuso”.

“Você pode ver, Petrobras: eu estou acertando uma CPI na Petrobras. ‘Ah, você que indicou o presidente’. Sim, mas quero CPI, ué, por que não? Investiga o cara, pô. Se não der em nada tudo bem. Mas os preços da Petrobras são um abuso”, afirmou.
Bolsonaro externou pela primeira vez a ideia de uma CPI da Petrobras na última sexta-feira, após a empresa ter anunciado um novo aumento nos preços do diesel e da gasolina.

O presidente está pressionado pelos altos índices de inflação, puxados pelos combustíveis, no ano em que tenta se reeleger.
A Petrobras defende, no entanto, que a política de preços em paridade com o mercado internacional, adotada em 2016, é uma determinação da Lei das Estatais.

Na conversa com os apoiadores, Bolsonaro fez ainda menção à convocação de uma greve nacional de caminhoneiros para a próxima segunda-feira (27), feita nesta hoje por Zé Trovão, líder da categoria e apoiador do presidente.

Em um vídeo publicado na internet, Zé Trovão exigiu que a Petrobras reduza sua margem de lucro e disse que a empresa age para dar um “golpe” em Bolsonaro.

“[Sobre os] caminhoneiros, temos contato via Ministério da Infraestrutura. Não posso falar tudo porque falaria de mim. Pelo que estou vendo querem se reunir na próxima segunda-feira, dando prazo para Petrobras se definir”, disse Bolsonaro. “Não precisava desse reajuste nem do anterior, isso é garantido até em lei pelo fim social. Ninguém quer interferir em nada.”

Valor Econômico