Joaquim Barbosa critica intromissão de militares nas eleições
Foto: Ruy Baron | Agência O Globo
Econômico em declarações a respeito de política e da vida nacional desde que se aposentou em 2014 e, mais ainda, desde 2018, quando ensaiou a possibilidade de ser candidato a presidente da República, Joaquim Barbosa manifestou na madrugada de hoje.
Numa série de quatro tuítes recheados de adjetivos, Barbosa criticou severamente a fala de ontem do ministro da Defesa, general Paulo Sergio Nogueira, durante uma audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara.
Falando diretamente ao ministro (“Pense nisso, general) Barbosa qualificou a “agenda de pressão desabrida e cínica sobre a Justiça Eleitoral”, uma “clara atitude de vassalagem em relação a Bolsonaro”. Mais: que ao agir assim o ministro da Defesa sinaliza “ao mundo que o Brasil caminha paulatinamente rumo a um golpe de Estado”.
Eis os tuítes de Joaquim Barbosa:
“Convido as pessoas com um mínimo de conhecimento da trágica histórica política brasileira a um exame sereno e lúcido da frase do ministro da Defesa, um general que faz parte do grupo de auxiliares do primeiro escalão do Presidente da República”.
“Disse o general Paulo Sergio Nogueira: “As Forças Armadas estavam quietinhas em seu canto e foram convidadas pelo TSE…”. Ora, general, as Forças Armadas devem permanecer quietinhas em seu canto, pois não há espaço para elas na direção do processo eleitoral brasileiro. Ponto.”
“Insistir nessa agenda de pressão desabrida e cínica sobre a Justiça Eleitoral, em clara atitude de vassalagem em relação a Bolsonaro, que é candidato à reeleição, é sinalizar ao mundo que o Brasil caminha paulatinamente rumo a um golpe de Estado. Pense nisso, general.”
“Um aspecto importantíssimo, que singulariza o Brasil no concerto das democracias, reside precisamente no seguinte: temos um ramo da Justiça, independente, concebido precisamente para subtrair o processo eleitoral ao controle dos políticos. E dos militares de casaca, claro.”
No twitter, a última manifestação de Joaquim Barbosa havia sido no dia 27 de outubro de 2018, data em que se realizou o segundo turno daquela eleição. E o fez para abrir o seu voto em Fernando Haddad:
“Votar é fazer uma escolha racional. Eu, por exemplo, sopesei os aspectos positivos e os negativos dos dois candidatos que restam na disputa. Pela primeira vez em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo. Por isso, votarei em Fernando Haddad.”