Lula chega a Brasília sob forte esquema de segurança

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Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia nesta terça-feira (12/7), em Brasília, uma série de encontros políticos e diálogos com setores empresáriais e artistas. Apesar de manter a agenda vigorosa de pré-campanha, mesmo após o assassinato de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT, crime ocorrido em Foz do Iguaçu (PR), no último sábado (9/7), o clima é de total preocupação com a segurança.

Em reunião da coordenação política da campanha, em São Paulo, Lula demonstrou incômodo com a perspectiva de escalada da violência política e pediu cautela aos dirigentes da frente para não acirrar ainda mais o ambiente de tensão.

A ordem a ser repassada à militância é “não responder às provocações” de adversários políticos, principalmente bolsonaristas.

No final da semana passada, considerando os recentes episódios de ataques em eventos do PT, a própria Polícia Federal decidiu reforçar a segurança do petista, adiantando o aparato previsto para começar somente em meados de agosto, quando terá início oficialmente a campanha para as eleições de outubro.

Com isso, a campanha de Lula ganhou o reforço de pelo menos 27 agentes de segurança.

Além disso, interlocutores da campanha garantem que há militantes que se somam à segurança profissional, formando uma “rede de proteção”.

Integrantes da sigla foram orientados a não comentar detalhes da segurança do ex-presidente, a fim de evitar expor eventuais vulnerabilidades do esquema de proteção.

A decisão da PF se deu após uma sequência de atos de violência contra petistas. Um deles ocorreu em Uberlândia (MG), onde um drone sobrevoo o público e esguichou um líquido fétido na população que esperava pelo discurso do petista.

Outra situação de violência ocorreu no ato político realizado na Cinelândia, no Centro do Rio de Janeiro, na semana passada. Um homem foi preso após a explosão de uma bomba caseira atirada do lado de fora dos tapumes que delimitavam a área destinada ao público.

A violência tem tido um caráter crescente durante a campanha e também é crescente o nível de preocupação. Por se tratar de um evento em lugar aberto, na Cinelândia, Lula discursou usando um colete a prova de balas.

Em Brasília, o petista terá apenas comprimissos em locais fechados. Na terça, ele receberá políticos individualmente no hotel localizado na região central da capital. Na parte da tarde, participa de dois compromissos políticos. Um deles é na Confederação Nacional do Comércio (CNC), onde receberá uma lista de reinvindicações de empresários.

Mais tarde, Lula e Alckmin estarão em um ato político no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

Na quarta-feira (11/7), Lula terá um encontro com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e com as bancadas da Câmara e do Senado. A reunião ocorrerá na Residência Oficial do Senado, no Lago Sul. Ainda está previsto um encontro de Lula com a classe artística, que será realizado no Centro de Convenções Brasil 21, também na região central da capital federal.

Em meio às agendas com Lula, os presidentes de cada partido da coalizão de Lula (PT, PSB, PCdoB, PSOL, PV, Solidariedade e Rede) vão em busca das autoridades para cobrar segurança nas eleições. Os representantes partidários marcaram audiência com o procurador-geral da República, Augusto Aras, e com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que assumirá o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nos próximos dias.

O objetivo do encontro com Aras é pedir a federalização das investigações sobre o assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda.

Já o encontro com Moraes terá como tema a segurança dos candidatos durante o processo eleitoral.

Os representantes dos sete partidos vão entregar um Memorial sobre a Violência Política contra a Oposição no Brasil e solicitar iniciativas do TSE para garantir eleições pacíficas.

Metrópoles