Aquecimento global tortura Europa

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A onda de calor que atinge a Europa continua trazendo marcas significativas para os países do continente, com o mês de julho sendo o mais seco em décadas para países como Reino Unido e França.

“O Reino Unido teve apenas 35% de sua precipitação média do mês”, disse o serviço meteorológico nacional britânico em comunicado na segunda-feira 1, depois que o país viveu o julho mais seco desde 1935.

As regiões sul e leste foram as mais afetadas pela falta de chuvas, com apenas 17% de precipitação no período, menor valor desde 1836. Além de chover bem abaixo do esperado, as temperaturas também atingiram valores acima de 40ºC pela primeira vez na história, com um recorde de 40,3ºC em Lincolnshire.

Na França, que teve o julho mais seco desde 1959, houve apenas 7,8 milímetros de chuva em todo o mês, de acordo com o ministro da Transição Ecológica do país, Christophe Béchu, acrescentando que o déficit hídrico chegou a 88%.

A onda de calor trouxe ainda uma série de incêndios florestais nas partes oeste e sul do país, com altas temperaturas esperadas para esta semana. De acordo com o serviço meteorológico francês, a região sudoeste deve ter temperaturas superiores a 40ºC.

Ao mesmo tempo, o ministro da Agricultura da Espanha alertou para a possibilidade na redução da produção de azeite devido ao clima quente e com poucas chuvas.

“Se não houver alívio de temperatura ou chuvas nas próximas semanas, a colheita de azeitonas deste ano pode ser notavelmente menor do que as anteriores”, disse Luis Planas à Bloomberg News.

A Espanha, maior produtor de azeite do mundo, é responsável por metade de toda a produção global e, de acordo com Planas, o revés, juntamente com a interrupção contínua no fornecimento de óleo de girassol da Ucrânia, significa que os preços dos óleos vegetais provavelmente permanecerão altos

Devido às altas temperaturas, o Ministério da Agricultura prevê que a produção geral de grãos no país, incluindo milho, trigo e cevada, pode cair 13% este ano, para 17,5 milhões de toneladas, e os preços no sul, que são referência para o país, já aumentaram 8,3% em junho em relação à safra anterior.

Em meio a onda de calor, o governo espanhol anunciou novas medidas de economia de energia, incluindo limites nas temperaturas de ar condicionado e aquecimento em edifícios públicos e comerciais de grande porte, de maneira a reduzir o consumo de energia e sua dependência do petróleo e gás russos.

Sob um decreto que entra em vigor dentro de sete dias e se aplica a edifícios públicos, shopping centers, cinemas, teatros, estações ferroviárias e aeroportos, o aquecimento não deve ser ajustado acima de 19°C e o ar condicionado não deve ser abaixo de 27°C. As portas terão que ser fechadas para não desperdiçar energia e as luzes das vitrines devem ser desligadas após as 22h.

As medidas, que foram publicadas no Diário Oficial nesta terça, permanecerão em vigor até novembro de 2023. Além delas, a ministra do Meio Ambiente, Teresa Ribera, também sugeriu que as administrações públicas e grandes empresas incentivem as pessoas a trabalhar em casa para economizar energia nos transportes e nos edifícios.

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