Chanceler de Bolsonaro deu guinada para a extrema-direita
A escolha do embaixador Ernesto Araújo para chefiar o Itamaraty no governo Bolsonaro quebra uma tradição que sempre permitiu à diplomacia brasileira exercer papel moderador no cenário internacional, afirma o ex-ministro Celso Amorim.
Na sua avaliação, seria impossível o país deixar o sistema multilateral como Araújo sugere. “O Brasil não tem força para impor sua vontade ao mundo”, diz Amorim, que conduziu a política externa no governo Lula.
Para integrantes da cúpula do Congresso, foi decisiva na escolha de Araújo a influência do seu sogro, o embaixador Luiz Felipe de Seixas Corrêa, secretário-geral do Itamaraty no governo FHC.
Um lobista que conheceu Araújo em sua temporada em Washington no início da década ficou surpreso ao ler o blog que ele criou durante a campanha eleitoral. Araújo nunca revelou simpatia por ideias conservadoras como as que defende ali, afirma.