
Chefe da Receita tinha tratamento VIP no governo Bolsonaro
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O ex-presidente Jair Bolsonaro tinha uma relação “especial” com o ex-secretário da Receita Federal, Julio Cesar Gomes. Segundo relatos de auxiliares diretos do ex-presidente, entre estes o próprio Mauro Cid, que foi seu ajudante de ordens, Bolsonaro não atendia a maior parte das pessoas que o procuravam. Quando se tratava de Julio Cesar, porém, Bolsonaro respondia rapidamente.
Ex-integrantes do governo relataram que Julio Cesar foi o chefe da Receita mais próximo de Bolsonaro em todo o seu governo e que seu nome chegou ao ministro da Economia, Paulo Guedes, como uma “indicação política”.
Foi Julio Cesar que orientou Mauro Cid sobre como proceder para tentar liberar, no apagar das luzes de 2022, as joias avaliadas em R$ 16,5 milhões dadas para Bolsonaro como presente do regime da Arábia Saudita.
As peças estão no cofre do aeroporto de Guarulhos (SP), depois de serem apreendidas pela Receita quando um assessor do ex-ministro Bento Albuquerque tentou entrar com as joias de diamantes no Brasil.
Julio Cesar detalhou ao então ajudante de ordens de Bolsonaro como ele deveria proceder no caso. O chefe da Receita descreveu como o documento para essa liberação precisava ser preenchido e pediu que ele indicasse um militar – que precisaria ser servidor público – para pegar as joias.
Como os funcionários da Receita se recusaram a entregar as joias ao militar designado por Cid, o chefe da Receita foi acionado e chegou a falar com ele por telefone. A ação não funcionou e o material seguiu detido.