Oposição tenta vencer isolamento no Senado
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Parte das comissões permanentes do Senado será instalada nesta quarta-feira (8), e também serão eleitos os presidentes dos colegiados.
Até a noite desta terça (7), foi marcada oficialmente a abertura dos trabalhos das Comissões de Assuntos Econômicos (CAE), de Infraestrutura (CI), de Educação (CE) e de Meio Ambiente (CMA).
Mas há expectativa de que outros colegiados também sejam instalados, como a principal comissão da Casa, a de Constituição e Justiça (CCJ), que deve continuar sendo comandada por Davi Alcolumbre (União-AP), principal aliado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Em fevereiro, Pacheco foi reeleito com 49 votos contra 32 do seu adversário Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro do governo Jair Bolsonaro.
Senadores alinhados ao projeto de Pacheco se uniram à base aliada do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e fizeram um acordo em que a oposição não ficaria com nenhum cargo na Mesa Diretora nem com a presidência de qualquer uma das comissões.
Contudo, diante da necessidade de governabilidade, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e o senador Humberto Costa (PT-PE), reconheceram nesta terça que ceder espaço à oposição pode ser importante.
Apesar disso, nos bastidores, parlamentares ligados ao PT e ao PSD, partido de Pacheco, estão resistentes à ideia e acham que, como essa ala bolsonarista quis disputar no voto a Presidência da Casa, deve ficar de fora da distribuição dos cargos.
Oposição se movimenta
Rogério Marinho e senadores de oposição já se posicionaram contrários a medidas provisórias cuja aprovação são importantes para o governo, como a que devolve o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para a estrutura do Ministério da Fazenda e a que trata do voto de qualidade do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf).
Senadores do bloco da oposição, composto por PL, PP, Republicanos e Novo, conversaram com Pacheco e solicitaram a presidência de duas comissões e a suplência de cargos da Mesa.
Aliados de Pacheco informaram que ele não descartou ainda a possibilidade e pode tentar abrigar oposicionistas em algum dos cargos.
Caso não consigam nenhuma vaga, líderes oposicionistas afirmaram que vão lançar candidatura própria para disputar o comando dos colegiados.
Ainda nesta terça, Jayme Campos (União-MT), confirmou que foi convidado por Pacheco para presidir novamente o Conselho de Ética, que não funciona no Senado desde 2019.
As comissões têm a atribuição de indicar emendas parlamentares, investimentos em obras e políticas públicas nos estados, motivo que as tornam cobiçadas entre os parlamentares.
Líderes ouvidos pela TV Globo confirmaram os seguintes nomes favoritos para a Presidência das comissões:
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ): Davi Alcolumbre (União-AP)
Comissão de Assuntos Econômicos (CAE): Vanderlan Cardoso (PSD-GO)
Comissão de Relações Exteriores (CRE): Renan Calheiros (MDB-AL)
Comissão de Educação (CE): Flávio Arns (PSB-PR)
Comissão de Infraestrutura (CI): Daniella Ribeiro (PSD-PB)
Comissão de Assuntos Sociais (CAS): Humberto Costa (PT-PE)
Comissão de Meio Ambiente (CMA): Leila Barros (PDT-DF)
Comissão de Direitos Humanos (CDH): Paulo Paim (PT-RS)
Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT): Carlos Viana (Podemos-MG)
Conselho de Ética: Jayme Campos (União-MT)