Novo ministro da educação incomoda bolsonaristas e acadêmicos
O colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, escolhido por Jair Bolsonaro para comandar a Educação, não foi consenso nem na equipe de transição do novo governo. No meio acadêmico, assim que a indicação foi anunciada pelo presidente eleito, houve preocupação com o forte componente ideológico que permeia publicações dele. Como mostrou o Painel nesta quinta (22), Vélez já defendeu até que escolas tivessem “Conselhos de Ética que zelassem pela reta educação moral dos alunos”.
“Não se trata de comitês de moralismo, nem de juntas de censura”, disse Vélez sobre os tais conselhos. “Trata-se de institucionalizar a reflexão sobre (…) a forma que cada escola está correspondendo a essa exigência”.
Vélez foi indicado para o posto pelo filósofo Olavo de Carvalho, assim como o escolhido para Relações Exteriores, Ernesto Araújo. As coincidências não param por aí. O colombiano segue o colega nas críticas ao “globalismo”.
O futuro chefe do MEC fez severas críticas a integrantes do STF em seu blog. Ao comentar a libertação de José Dirceu (PT), disse que “os juízes togados do Supremo não podem, com as suas decisões esdrúxulas de soltura indiscriminada de meliantes condenados, espalhar a insegurança jurídica que hoje campeia”.
Bolsonaristas disseram que o arquivo com o currículo de Vélez veio anexado a uma música: o hino da Independência do Brasil.
Da FSP