Presidente do BC estaria pretendendo ser candidato
Foto: Adriano Machado / Reuters
A avaliação na equipe de Fernando Haddad no Ministério da Fazenda é a de que a comunicação feita pelo Copom, mais dura do que o esperado, foi uma reação mais política do que técnica aos acontecimentos recentes. Agentes do mercado, consultados nesta quinta (23), expressaram à equipe econômica ver apenas como retórica a menção à possibilidade de o BC subir ainda mais os juros. Os relatos informaram ainda que Roberto Campos Neto e equipe deixaram a impressão de que desejavam “marcar posição” ou “mandar recados” ao governo Lula frente à pressão que vêm sofrendo. Por isso, na Fazenda, há expectativa de que o BC revise o tom na ata da reunião, a ser divulgada na próxima semana, como fez da última vez.
A leitura na Fazenda é a de que os dados da economia real, como indicadores do mercado de trabalho, o preço do petróleo e as incertezas externas, não sugerem que há respaldo para um comunicado duro, como o de quarta (22), ainda que a nova regra fiscal não tenha sido apresentada.
Uma das queixas é a de que as expectativas de inflação estão altas porque, segundo avaliação interna, boa parte do mercado acredita que o governo vai revisar para cima a meta de inflação do ano que vem, de 3% para 4%. Assim, não faria sentido remediar essa expectativa com mais juros.