Haddad põe bolsonarista do BC contra a parede
Foto: Diogo Zacarias/MF/Divulgação
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está otimista e um tanto quanto ambicioso a respeito de possíveis cortes nas taxas de juros brasileiras. Em entrevista à BandNews, o ministro evitou mandar recados diretos ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mas afirmou que a nova regra fiscal proposta pelo ministério não vai permitir, mas, sim, exigir uma queda nas taxas. “O arcabouço vai exigir, mais do que permitir, uma queda na taxa de juros. Se as contas estão em ordem, não tem razão para o Brasil pagar os maiores juros do mundo, como é hoje. Eu penso que há uma convergência entre política fiscal e política monetária”, afirmou Haddad. Em dado momento, o ministro classificou como indecente o atual patamar da Selic, mas ressaltou que a política fiscal precisa ser aprimorada. “A taxa de juros hoje é indecente, mas não estou colocando a culpa em ninguém. As contas é que precisam ser arrumadas”, concluiu. Um dos pontos de maior polêmica do projeto de nova regra fiscal do Brasil é a meta de arrecadação do governo. O ministério da Fazenda projeta um aumento de até 150 bilhões de reais por ano na arrecadação. Haddad voltou a negar a possibilidade de criação de novos impostos ou de aumento de alíquotas já existentes. O ministro disse que vai mirar “em cerca de 400 ou 500 grandes empresas” que deixam de contribuir até 500 bilhões de reais em benefícios fiscais. “Nós não vamos criar novos tributos e nem aumentar a alíquota dos existentes. Estamos falando de quem não paga, algo entre as 400 e 500 maiores empresas. São 500 bilhões de reais que o Estado deixa de arrecadar por empresas que, por expedientes ilegítimos, fizeram constar no sistema tributário algo indefensável”, afirmou Haddad.