Novo chanceler deve criar crises diplomáticas e comerciais ao Brasil
O novo titular das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, desfia baboseiras ideológicas que podem causar graves prejuízos ao Brasil.
Ataques de Araújo à Venezuela podem levar a ruptura diplomática com um dos maiores importadores do Brasil e ataques ao ambientalismo pode interromper financiamentos bilionários ao país
O novo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, defendeu em artigo o combate a adesão do país a “pautas abortistas e anticristãs”, ao “alarmismo climático” e a outros conceitos que ele relaciona ao marxismo.
No texto, publicado no jornal Gazeta do Povo, Araújo reforça seu posicionamento contra “a ideologia de gênero, o materialismo e o cerceamento da liberdade de pensar e falar” e também contra “o terceiro-mundismo automático, a destruição da identidade dos povos por meio da imigração ilimitada, a transferência brutal de poder econômico em favor de países não democráticos e marxistas e a suavização no tratamento dado à ditadura venezuelana”.
Para Araújo, todas essas posições fariam parte do marxismo, que ele defende ser “a ideologia do PT.”
“Você aprendeu que o marxismo prega a propriedade coletiva dos meios de produção, e deduz que, se o PT não prega o fim da propriedade privada, então não é marxista. O marxismo, há muito tempo, deixou de buscar o controle dos meios de produção material e passou a buscar o controle dos meios de produção intelectual – fundamentalmente, os meios de produção do discurso público: mídia e academia”, escreveu.
No artigo, Araújo diz que “a vontade do povo deve penetrar em todas as políticas” e cita casos como o de uma mulher que espera o ônibus de madrugada com medo da violência e de outra que não consegue atendimento para a filha nos hospitais, para dizer que a política externa precisa se relacionar com “o sofrimento, a paixão e a fibra dessas pessoas” em vez de se preocupar com a opinião da ONU ou da mídia internacional.
Araújo também sugere que não será um “ministro das Relações Envergonhadas”, que tentaria suavizar as ideias do presidente Jair Bolsonaro, como “comentaristas da imprensa tradicional —nutridos pela convivência com diplomatas pretensiosos— gostariam de ver”.
O novo ministro é diplomata e serviu entre 2010 e 2015 na Embaixada do Brasil em Washington e atualmente tinha o cargo de diretor do Departamento de Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos.
Sua nomeação ocorreu após uma indicação pessoal do escritor Olavo de Carvalho, pensador conservador que é um dos gurus do bolsonarismo.
Da FSP