Golpistas ficaram uma hora no gabinete de Lula

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Imagem: Reprodução

Local considerado o mais sensível para a segurança nacional do país, o 3º andar do Palácio do Planalto, onde o presidente da República dá expediente durante a semana, foi violado pelos golpistas que por ele circulam livremente pelo menos durante uma hora no domingo 8 de janeiro último.

É o que mostram imagens do circuito interno do palácio liberadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e analisadas por cinco repórteres do jornal O Globo. Os invasores são vistos dentro da antessala e no gabinete da Presidência sem que as forças de segurança os impedissem de estar ali.

Os extremistas voltaram ao local mesmo depois de o agora ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias, general e amigo de Lula há 20 anos, ter constatado a violação da porta de vidro que dá acesso ao gabinete e os atos de vandalismo. Os primeiros chegaram às 15h36.

Vinte minutos depois, foram filmados chutando e quebrando a porta de vidro que delimita o gabinete da Presidência. Lula despacha de uma sala dentro do gabinete. Naquele dia estava em São Paulo. O general aparece por volta das 16h29. Os últimos invasores circulam pelo local às 16h31.

O general entrou no gabinete de Lula pela porta de vidro que fora arrombada a chutes pelos golpistas. Essa porta só pode ser aberta com crachá funcional, que poucas pessoas têm. O que sugere que ela estaria destrancada, como estava a principal porta do palácio no primeiro piso do prédio.

A partir do instante em que o general constata os atos de vandalismo, a Polícia Militar do Distrito Federal demorou 11 minutos para chegar, precisamente às 16h40. Antes, às 16h22, policiais armados do GSI apenas observaram a situação pela porta de acesso à escada, sem isolar a entrada do gabinete.

O acesso à entrada do gabinete do presidente só foi interrompido às 17h11, quando militares puseram uma poltrona para obstruir a escada que leva ao andar. A área foi finalmente isolada para perícia às 20h20, quase quatro horas após o general ter deixado o gabinete de Lula. O general foi demitido.

Metrópoles