Empresário liga filho de Bolsonaro a 8 de janeiro

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Foto: Reprodução

Espécie de padrinho político de Jair Renan Bolsonaro, o empresário Emílio Dalçóquio Neto foi apontado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), no ano passado, como um dos financiadores dos bloqueios antidemocráticos que sucederam a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas. De acordo com a PRF, o empresário é dono de parte dos veículos utilizados para obstruir vias. A investigação foi remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF). Atualmente figura carimbada nas agendas do filho do ex-presidente, que articula uma candidatura a vereador em Balneário Camboriú (SC), Dalçóquio discursou para bolsonaristas no dia 30 de outubro do ano passado, pouco depois da divulgação do resultado oficial da eleição:

— Agora vai ficar no coração de cada um aceitar o Brasil ser comunista ou não. Eu não aceito. Saiam daqui e vão defender o Brasil também, é isso que nós esperamos — disse em Itajaí, também em Santa Catarina.

Segundo a PRF, Dalçóquio teria liderado os bloqueios em Itajaí. A corporação listou, à época 23 pessoas que teriam atuado “nesses movimentos, bem como (proprietários de) alguns veículos utilizados nos bloqueios”. O caso foi inicialmente noticiado pelo G1 e confirmado pelo GLOBO.

Durante a campanha de Bolsonaro à reeleição, o empresário recebeu o então presidente em Balneário Camboriú. Agora, com a expectativa de Jair Renan disputar uma vaga na Câmara municipal da cidade em 2024, Dalçóquio tem acompanhado o filho homem mais novo do ex-presidente em uma série de reuniões com lideranças locais do estado.

Em 2018, o empresário chegou a ser investigado pelo Ministério Público Federal pela greve dos caminhoneiros. As denúncias que terminaram arquivadas acusavam o aliado de Jair Renan de coação e atentado contra a liberdade de trabalho da categoria.

Natural de Itajaí, Emílio é herdeiro da transportadora Dalçoquio, uma das maiores do estado, com frota acima de 600 caminhões. Em 2019, fundou o Instituto Lux, associação suprapartidária que defende “ideias conservadoras pautadas no bem estar do indivíduo, da Família e da Pátria”.

Procurado pelo GLOBO, Emílio Dalçóquio não retornou. À época dos bloqueios em rodovias, ele afirmou, via redes sociais, que não tinha envolvimento com os protestos e que sua manifestação política ocorreu de maneira pacífica.

Antes da derrota de Bolsonaro, Emílio Dalçoquio se tornou alvo de outra polêmica após entrevista no Miranda Podcast, em março de 2022. Na ocasião, ele afirmou que o ditador Adolf Hitler estava “defendendo a Alemanha dele”:

— Não sou nazista, sou realista, o melhor produto do mundo é o que o alemão faz. A Alemanha já não é mais aquela Alemanha toda que nós vimos porque Hitler já avisava: “Olha a União Soviética”. E está acontecendo tudo aquilo que ele falou. Hitler estava defendendo a Alemanha dele — disse.

O Globo