‘Você sabe de onde é que veio esse dinheiro?’, retruca Eduardo Bolsonaro sobre escândalo envolvendo seu irmão
O deputado federal (PSL-SP) afirmou que “ninguém sabe” o que realmente ocorreu no caso do ex-assessor de seu irmão citado em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) por movimentações financeiras de mais de R$ 1,2 milhão consideradas suspeitas. Eduardo ainda defendeu independência do Coaf na investigação.
Fabrício José Carlos de Queiroz trabalhou no gabinete do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que, assim como Eduardo, é filho do presidente eleito Jair Bolsonaro.
O relatório do Coaf faz parte da operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro que prendeu dez deputados estaduais.
Eduardo falou sobre o caso neste sábado (8) durante entrevista coletiva na Cúpula Conservadora das Américas, evento organizado pelo próprio deputado em Foz do Iguaçu (PR).
O blog perguntou ao parlamentar se a situação está esclarecida. Ele disse que não conversou com Queiroz e destacou que nem o Coaf sabe explicar as movimentações financeiras do ex-assessor.
“O que ocorreu ali ninguém sabe, nem o Coaf sabe. Ocorreu uma movimentação suspeita que está sendo investigada. A gente tem que trabalhar é para não permitir interferência na investigação. Fora isso, o que que eu vou falar? Ninguém sabe. Você sabe de onde é que veio esse dinheiro? Você já viu alguma alegação do Queiroz?”, disse o deputado.
Conforme o relatório, foram consideradas suspeitas movimentações de mais de R$ 1,23 milhão, entre 1º de janeiro de 2016 e 31 de janeiro de 2017. O documento registra que Queiroz era motorista de Flávio Bolsonaro e ganhava R$ 23 mil mensais.
O relatório identificou nas movimentações depósito de R$ 24 mil na conta da futura primeira-dama Michelle Bolsonaro. O presidente eleito disse que o pagamento se refere a uma dívida de R$ 40 mil do ex-assessor com o próprio Bolsonaro.
O relatório também revelou que sete servidores que trabalharam no gabinete de Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), fizeram transferências bancárias para uma conta de Queiroz.
Perguntado se as transferências poderiam configurar “devolução de salário”, Eduardo disse que muitas vezes a relação de trabalho e amizade se mistura no gabinete e que ocorrem casos de empréstimo de dinheiro.
“A relação no gabinete conosco é a melhor possível, as vezes até se mistura o trabalho com a amizade. Então, por vezes, ocorre de emprestar dinheiro, por exemplo, um assessor meu uma vez me ajudou a arranjar um cliente para comprar o meu carro, isso acaba se misturando”, respondeu.
“Tem que esperar só para ver como é que vai ocorrer, o que que o Coaf vai acusar também e preservar o poder investigativo do Coaf”, reforçou Eduardo.
Do G1