Recém-lançado, novo PAC terá investimento TRILIONÁRIO

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Foto: Ricardo Stuckert/PR

O governo Lula (PT) lança hoje o novo PAC (Programa de Aceleração ao Crescimento) com prioridade em obras inacabadas e objetivo de chegar a R$ 1 trilhão de investimento, contando com PPPs (parcerias público-privadas), mas sem ter a garantia do novo arcabouço fiscal, emperrado no Congresso.

O programa vai ser apresentado em um grande evento com o presidente Lula nesta manhã no Theatro Municipal do Rio. A Casa Civil, coordenadora do plano, deve esmiuçar os detalhes sobre os investimentos e principais obras por estado. Todos os 27 governadores foram convidados.

O governo estima investir R$ 60 bilhões do Orçamento anual com o programa. A gestão depende, no entanto, da aprovação do novo arcabouço fiscal, que impacta diretamente na possibilidade de gasto federal.

Segundo aliados, o objetivo é chegar a até R$ 1 trilhão durante todo o mandato do petista. Mas, para tanto, é preciso considerar as PPPs, que vão ser a principal fonte de financiamento do programa, e o investimento de estatais, como a Petrobras, que pretende destinar R$ 300 milhões. Os valores foram indicados por ministros, mas a Casa Civil ainda não confirmou os números oficialmente.

Obras paralisadas encabeçam as prioridades. Lula e o ministro Rui Costa têm falado em retomar as construções, em grande parte estacionadas desde 2015, durante a gestão Dilma Rousseff (PT).

Os projetos incluem a área de infraestrutura, escolas, postos de saúde e moradias. Parte deles já foi retomada, como creches e unidades do Minha Casa, Minha Vida, e projetos semelhantes devem entrar no bolo do PAC.

Veja a ordem para investimentos:

Obras paralisadas;
Projetos apresentados por governadores;
Demandas apresentadas pelos ministérios.

Estas prioridades foram estabelecidas pela Casa Civil junto aos estados. Rui Costa e a secretária-executiva Miriam Belchior realizaram encontros periódicos com equipes dos 27 governadores durante o primeiro semestre para detalhar as propostas e ouvir pedidos.

Cada governador apresentou pelo menos três prioridades de investimento, que deverão ser ranqueadas levando em consideração a possibilidade de atrair parcerias e concessões. Segundo o UOL apurou, já há, inclusive, uma demanda por parte dos parlamentares para que aumente a fatia de cada estado na distribuição do PAC.

Dependência do arcabouço
O montante de R$ 60 bilhões do Orçamento-Geral da União depende da aprovação do arcabouço fiscal para ser viabilizado. Não há, no entanto, previsão de quando a votação ocorrerá —pode ser na semana que vem ou até apenas no fim de agosto.

O texto-base do marco fiscal recebeu mudanças no Senado em julho, o que faz com que ele tenha de passar por nova avaliação na Câmara. Uma das alterações estabelecidas foi na base de cálculo dos gastos previstos.

O valor total previsto, incluindo iniciativa privada, equivale a cerca de 10% dos R$ 9,9 trilhões de PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil no ano passado. Este investimento seria semelhante ao empenhado do PAC 2, no qual foi investido R$ 1,066 trilhão em pouco mais de quatro anos, entre 2010 e 2014.

Inicialmente previsto para abril, o PAC já foi adiado pelo menos três vezes. O evento de hoje é considerado pelo governo o maior no ano. O programa é um dos carros-chefes da gestão petista e o principal projeto coordenado pela Casa Civil.

O governo federal espera a presença da maioria dos governadores e dos ministros. Além do investimento, também deverão ser anunciadas as principais obras para cada estado. Embora todos tenham feito demandas e indicado preferências, cabe ao governo federal avaliar o que vai ser realmente realizado.

Ao todo, a expectativa é de 800 convidados. O evento está marcado para as 10h, com entrevista coletiva do presidente às 12h30.

Uol