Inocentado diz que Lava Jato destruiu vidas
Foto: Marcelo Gonçalves/Sigmapress/Folhapress
Ex-diretor jurídico da Odebrecht, Maurício Ferro publicou um texto em seu site pessoal dizendo que a anulação do acordo de leniência da empresa pelo ministro Dias Toffoli (STF) não é suficiente para reparar os “danos” causados aos acusados no esquema.
Cunhado de Marcelo Odebrecht, com quem rompeu durante o escândalo da Lava Jato, Ferro chegou a ser preso na operação.
“Cada vez mais se tem a real noção do tamanho da deslealdade da chamada república de Curitiba”, afirma ele no artigo.
Segundo Ferro, as acusações tiveram o efeito de decretar a “morte civil” dos envolvidos. “Por mais que se desmascare esta aberração jurídica e se desinfete a alma com a possibilidade de se colocar na cadeia esses trapaceiros da lei, os danos que causaram à sociedade e aos indivíduos são irreparáveis”, argumenta Ferro.
De acordo com o executivo, mesmo inocentado no âmbito penal, um réu da Lava Jato não consegue retomar sua vida normal facilmente.
“Seus filhos sofreram preconceitos nas escolas, os bancos cancelaram suas contas correntes, foram expulsos de clubes recreativos e outros tiveram seus vistos de entrada em demais países cancelados. Alguns sofreram perseguições em outros países. Foram abandonados pelos amigos ou, supostos amigos e, até mesmo familiares lhe deram as costas”, declarou no texto.