Mauro Cid chamava Bolsonaro de “tio”

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Foto: Acervo/ Coluna Paulo Cappelli

Delator que disse à Polícia Federal ter presenciado discussões em torno de um golpe de Estado, o tenente-coronel Mauro Cid deu a primeira fatia de bolo a Bolsonaro em seu aniversário, em maio do ano passado, reforçando o vínculo de proximidade.

Na ocasião, o ajudante de ordens do presidente celebrava 43 anos. Dentro de um avião, ao lado de outros integrantes do governo, Bolsonaro pediu a atenção dos passageiros:

“Mais um aniversário a bordo. Quarenta e quantos (anos)?”, perguntou a Cid. “Quarenta e três”, respondeu o tenente-coronel.

Bolsonaro, então, prosseguiu: “Filho de aspirante. Está há três anos conosco, né? Vai nos deixar o final do ano. Vai comandar o batalhão lá de Goiânia”, disse, antes de puxar o coro de parabéns.

Em seguida, Cid estendeu o prato com bolo a Bolsonaro:

“Para o senhor o primeiro pedaço”, disse, ao que o então presidente abriu um sorriso.

Na juventude, Mauro Cid costumava chamar Bolsonaro de “tio”, dada relação de proximidade entre o ex-presidente e seu pai, o general Lourena Cid, também investigado no suposto esquema de venda de joias.

O entorno de Bolsonaro ainda vê com ceticisimo a possibilidade de que Cid tenha complicado o ex-presidente com o depoimento que deu à Polícia Federal.

Já se sabe que o ex-ajudante de ordens apontou que Bolsonaro recebeu uma minuta golpista das mãos do ex-assessor Filipe Martins. E que o então comandante da Marinha, Almir Garnier, teria apoiado uma intervenção militar.

Metrópoles