Zambelli é o sobrenome do ódio
Zambelli é o sobrenome do ódio
Eduardo Guimarães
O que acontece quando um câncer não é tratado, mesmo sendo um microscópico tumor, é que ele cresce até destruir o corpo que infecta. E essa metáfora serve como uma luva para almas perniciosas que ameaçam infectar uma sociedade até corrompê-la por inteiro.
Acontecimento recentíssimo revela que uma deputada federal de extrema-direita de São Paulo, tão ruim que até Bolsonaro rejeita, é um desses tumores sociais que precisam ser extirpados enquanto é tempo.
A dois dias da eleição presidencial em segundo turno, no fim da tarde, Carla Zambelli Salgado de Oliveira, 43 anos, oriunda do interior do Estado de São Paulo e deputada federal pelo PL paulista, invade um bar na abastada região dos Jardins e aponta sua arma para um homem negro após ela e seus capangas perseguirem a vítima por alguns minutos, inclusive dando tiros para o alto.
“Ninguém tira isso da cabeça dele. Ele acusa a Zambelli de ser responsável por todo mal na vida dele”, contou um aliado de Bolsonaro, que culpa a “aliada” por sua derrota na eleição do ano passado.
Convenhamos, ser considerado radical demais e estúpido demais por alguém como Jair Messias Bolsonaro é sinônimo de que é melhor você se enfiar em um buraco bem fundo e escuro e não sair nunca mais…
Mas se você pensa que Zambelli parou por aí é porque não mensura o quão perigoso é esse tumor social em forma de mulher. Um mês após protagonizar cena que oscila entre o ridículo e o assustador – e que a tornou ré no Supremo Tribunal Federal -, apronta de novo.
Em 29 de novembro do ano passado, cerca de um mês após a cena de bang-bang nos Jardins paulistanos, a deputada bolsonarista gravou um vídeo no qual, em tom golpista, pediu que as Forças Armadas não reconhecessem a vitória e o governo do presidente recém-eleito.
Porém, talvez Zambelli tenha chegado ao ápice da selvageria, da maldade, da irresponsabilidade e da estupidez ao fazer uma postagem no eX-Twitter insuflando o ódio ao povo palestino – note-se, não ao Hamas, mas ao povo palestino por usar a bandeira nacional palestina como alvo de um meme de extração claramente nazista.
Até descrever a imagem é doloroso, mas é necessário para que se entenda quão perigosa é essa criatura. Uma águia, ornamentada com a bandeira de Israel no peito e as cores da bandeira norte-americana nas asas, dá um voo rasante para capturar, com suas garras em riste, um rato com uma bandeira palestina no peito e explosivos atados ao corpo.
A legenda dessa atrocidade é um versículo bíblico que pouco importa, porque não tem absolutamente nenhuma conexão com o que está acontecendo no Oriente Médio.
Essa obra infame foi a gota d’água. Insufla MAIS ódio entre povos inocentes e vítimados pela mesma politicagem que move alguém que ludibriou multidões e as convenceu a colocá-la em cargo que não pode ser ocupado por um tumor em forma de gente.
PS: Que me perdoem os tumores.