Joice diz que fim do Ministério do Trabalho vai acabar com sofrimento de empresários
Escolhida na última segunda-feira (17) para coordenar o “Brasil 200” – movimento liderado por empresários que apoiam o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) -, a deputada eleita Joice Hasselmann (PSL-SP) afirma que a extinção do Ministério do Trabalho “faz bem ao país”.
Na avaliação de Joice, o fim da pasta, cujas atribuições serão distribuídas por três ministérios de Bolsonaro, foi um “grande sinal para o mercado, para o empresário e para o trabalhador”. “Qual é o maior desempregador, quem mais desemprega no país? É o Estado”, considera.
A jornalista, que assumirá uma cadeira na Câmara após receber mais de 1 milhão de votos em São Paulo, afirma que percorrerá o país em janeiro para promover o “empregue + 1”, programa do Brasil 200 em que empresários se comprometem a abrir vagas de trabalho em sinal de confiança à recuperação da economia.
Em entrevista ao Congresso em Foco, Joice afirma que o governo prepara medidas rápidas para “destravar a economia” antes que se aprovem grandes reformas no Congresso e diz que gostaria de ver a reforma da Previdência aprovada de uma só vez, sem fatiamento, mas que isso dependerá do “clima político”. Confira a íntegra:
Que demandas que o empresariado tem feito ao novo Congresso?
A pauta mais urgente para realmente destravar a economia e gerar empregos, que é o que nós do movimento Brasil 200 queremos, que é o que esse programa, o empregue + 1, quer, com certeza está na questão das reformas. Reforma da Previdência, reforma Tributária, isso é um grande ponto de partida. Agora, a gente sabe também que as reformas não vão acontecer de um dia para o outro, em 24 horas. Tem um prazo de discussão com a sociedade, um prazo de maturação. Antes mesmo de as reformas andarem, há pautas da área econômica que já podem ser tocadas pelo próprio governo, algumas com ajuda do Congresso, que já vão fazer o destravamento da economia e ajudar na geração de empregos.
Que pautas são essas?
or exemplo: revogação de leis que só atrapalham. Que só travam o país. Que só engessam a produtividade. Vai ter aí um pacote maciço de revogação de leis. Outra coisa: a federalização de uma vez do nosso país. Tirar o dinheiro da União e colocar em estados e municípios. Isso vai ser feito logo nos primeiros dias do governo, esse tipo de política. Retomada de obras públicas. Isso também vai acontecer. Algumas coisas com contrapartida do governo federal, outras coisas com PPPs (parcerias púbico-privadas).
Especificamente para acelerar a geração de empregos, o que deve ser feito?
Além da reforma da Previdência, tem a tributária, que é essencial, e a gente tem que avançar mais um pouco na reforma trabalhista. Há pontos que ainda precisam ser ajustados na reforma trabalhista. O próprio presidente da República (Bolsonaro) já anunciou, por exemplo, algo que é um grande sinal para o mercado, para o empresário e para o trabalhador, que é a extinção deste Ministério do Trabalho. Isso é muito bom. Faz bem ao país. Qual é o maior desempregador, quem mais desemprega no país? É o Estado. É esse governo, aliado com outro e com outro, essa máquina gigantesca que desemprega no nosso país porque custa muito. Tudo é muito caro. O empresário arrasta 100kg em cada perna para andar no nosso país.
A bancada do PSL se reuniu na semana passada com o ministro Paulo Guedes para ouvir sobre os planos da equipe econômica. O ministro tem de fato dialogado com vocês da bancada sobre isso?
Toda vez que demandado, o ministro Paulo Guedes tem as portas dos gabinetes abertas. Eu encontro com ele toda semana nos corredores da transição, a gente conversa. O Paulo Guedes tem uma agenda muito atarefada, é claro, mas ele nunca se nega a conversar. Qualquer um que bata em seu gabinete tem espaço para conversar com ele. Agora, quem tem que fazer as reformas é o Paulo Guedes, é a equipe dele, são os técnicos. A nós parlamentares cabe discutir e votar as reformas, e não abrir um fórum de discussão que não vai acabar nunca mais. A gente tem pressa, o Brasil tem pressa.
No futuro governo há quem defenda que a reforma da Previdência deve ser “fatiada”: se aprova o mais emergencial de início e só depois a reforma completa. Mas há quem diga que o fatiamento pode aumentar o desgaste no Congresso e diminuir o espaço de votação de outros temas importantes, como segurança pública e na educação. Qual a sua opinião? A bancada do PSL tem um consenso sobre isso?
A bancada do PSL tem conversado sobre isso. Não há um consenso porque não há uma decisão. Não se sabe ainda se vai ser fatiada ou se vai se chegar a um pacote completo. Eu acho que vai tudo depender do clima político. É claro que se houver um clima político favorável, uma base favorável para a gente aprovar a reforma da Previdência de uma vez, maravilhoso. Porque a gente pega o avião que está quase batendo no chão, se estatelando, e faz o avião disparar a muitos mil pés de altura. Na minha opinião, o ideal seria aprovar de uma vez: pacote completo, porteira fechada.