Guiadó apela para intervenção militar dos EUA para resolver crise política no país

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Líder da oposição pediu que seu enviado nos EUA se reunisse com oficiais da Defesa americana. Novos protestos acontecem neste sábado (11).

O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, afirmou, neste sábado (11), que pediu que seu enviado aos Estados Unidos se reunisse com oficiais do Pentágono para “cooperar” em uma solução para a crise política do país da América do Sul.

“Nós instruímos nosso embaixador Carlos Vecchio a se reunir imediatamente com o Comando do Sul e seu almirante para estabelecer uma relação direta”, disse Guaidó, em um comício em Caracas, de acordo com a agência Reuters. “Dissemos desde o início que usaríamos todos os recursos à disposição para fazer pressão”.

Ainda neste sábado, partidários de Guaidó se reuniram novamente em protesto à investida do governo contra o Parlamento opositor. A manifestação acontece dias depois do fracasso de uma rebelião militar anunciada pelo líder da oposição que tentava tirar do poder o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Apesar disso, os protestos foram muito menores neste final de semana do que aqueles de 30 de abril. Informações da agência France Press apontam que cerca de 1,5 mil e 2 mil se reuniram em uma região de Caracas que é pouco hostil aos manifestantes. Guaidó falou à multidão e disse que é preciso vencer o medo e continuar com os protestos em todo o país.

“Estamos em um momento histórico”, disse o líder da oposição. “Mesmo estando com medo, desesperançosos, nós continuamos a encher as ruas com esperança, poder e confiança”.

Legisladores da oposição que foram presos, refugiados em embaixadas estrangeiras em Caracas, e ameaçados nos últimos dias em meio a uma abrangente repressão de Maduro contra o Congresso depois da revolta de 30 de abril.

Representantes do Comando do Sul dos Estados Unidos e Vecchio não responderam imediatamente a pedidos por comentários feitos pelas agência Reuters. Oficiais da administração Trump disseram várias vezes que “todas as opções estão na mesa” para derrubar Maduro, que chama Guaidó de marionete dos EUA querendo tirá-lo do poder com um golpe.

O Comando do Sul afirmou em uma publicação no Twitter na quinta-feira que estava preparado para discutir “como pode apoiar o futuro papel” de líderes das forças armadas venezuelanas que “restaurarem a ordem constituição, quando forem convidados por Guaidó.

Guiadó disse a um jornal italiano esta semana que “provavelmente” aceitaria intervenção militar dos EUA, se o país a propusesse.

Em janeiro, Guaidó invocou a constituição da Venezuela para assumir a presidência interina, argumentando que a reeleição do presidente Nicolás Maduro, em 2018, não era legítima. Ele foi reconhecido pela maioria dos países ocidentais e da América Latina, mas Maduro manteve o apoio dos aliados China, Rússia e Cuba.

Navio da Guarda Costeira
O Ministério da Informação da Venezuela não respondeu imediatamente ao pedido por um comentário. O Ministro da Defesa, Vladimir Padrino, disse no sábado que um barco da Guarda Costeira dos EUA havia entrado em águas venezuelanas, o que ele disse que “não seria aceito”.

Um porta-voz do Comando do Sul disse na sexta-feira que um barco da Guarda Costeira dos EUA conduzia uma “missão de monitoramento e detecção de drogas” em “águas internacionais” no Mar do Caribe, em 9 de maio.

Preocupação internacional
A maioria dos países latino-americanos, assim como a União Europeia, expressou oposição a uma potencial intervenção militar na Venezuela. O chefe de política externa da UE, Federica Mogherini, disse na semana passada que o grupo ode contato está preparado para começar “uma missão no nível político” em Caracas.

Guaidó, líder da Assembleia Nacional controlada pela oposição, acrescentou que recebeu recado da China de que o país se juntaria aos esforços diplomáticos entre países europeus e latino-americanos, conhecido como Grupo de Contato da Venezuela, para negociar um fim para a crise.

Do G1