General foi pego de surpresa ao ser demitido: sua agenda estava cheia
Quem olha a agenda de Santos Cruz, o chefe da Secretaria de Governo do Planalto, fica com a impressão de que ele foi dormir nesta quarta-feira sem imaginar que seria sua última noite como ministro palaciano.
Depois da fatídica conversa com Jair Bolsonaro e o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, por volta de 12h20, o ministro ainda receberia o deputado Fausto Pinato (PP-SP), às 16h, e o Superintendente da Sudene, Mauro Gordilho, 18h.
Com o sangue frio dos militares, Santos Cruz recebeu o deputado Pinato como se nada estivesse acontecendo. O deputado foi provavelmente o último parlamentar a estar com o general antes do anúncio da demissão. Pinato conta que teve uma conversa absolutamente normal com Santos Cruz. “Eram umas quatro e pouco da tarde, fiquei lá uns vinte minutos. Acredito que ele já sabia que não continuaria”, diz Pinato. “Estava muito tranquilo, dando risada, conversando normal, trocamos ideias. Fiquei meio sem entender depois quando vi a notícia”, complementa.
O general e o deputado trataram de vários temas, entre os quais mineração e liberação de jogos no Brasil. “Ele me pareceu simpático sobre os jogos, que defendo. Disse que é primeiro aguardar aprovar as reformas da Previdência e a tributária. Em nenhum momento parecia alguém que estava se despedindo”.
De Veja