Bolsonaro revela que arma para a população contra golpe de Estado
O presidente participou neste sábado (15) da Festa Nacional da Artilharia (Fenart), no 3º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado, que celebra o aniversário do marechal Emílio Luiz Mallet, seu patrono.
Bolsonaro assistiu a uma encenação da Batalha de Tuiuti, de 1866, durante a guerra do Paraguai, vencida pela Tríplice Aliança (Brasil, Uruguai e Argentina). A apresentação contou com tiros, cavalos, luzes, narração e soldados com os uniformes da época.
Com ares de superprodução, a encenação foi acompanhada pela orquestra da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) que interpretou a trilha ao vivo, incluindo a música de abertura do seriado “Game of Thrones”.
Na chegada, os convidados foram recepcionados por soldados com os uniformes usados na Guerra do Paraguai em acampamento cenográfico com direito a churrasco e chimarrão.
Antes, Bolsonaro deu tapas em um “pixuleko“ e depois o jogou para cima. O boneco com a figura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vestido como presidiário foi entregue por um apoiador que estava com o grupo que o recepcionou na chegada na base aérea da cidade.
O presidente volta a Santa Maria 26 anos depois de ser considerado “persona non grata” da cidade. Em junho de 1993, por unanimidade, os vereadores aprovaram moção de repúdio contra Bolsonaro, na época deputado federal, por ter defendido o fechamento do Congresso e a volta da ditadura em uma entrevista ao jornal A Razão. A moção nunca foi revogada. O caso foi relembrado na última semana pelo jornal Zero Hora.
Desde a tarde, simpatizantes do presidente o aguardavam para uma carreata. Em frente ao 3º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado, Regimento Mallet, pessoas vestiam roupas nas cores verde e amarela e seguravam bandeiras do Brasil. Apoiadores levaram cadeiras e chimarrão para esperar o presidente na praça que fica em frente ao regimento.
Além de Bolsonaro, estavam presentes os ministros e o general Edson Leal Pujol, comandante do Exército Brasileiro, e o general Geraldo Antônio Miotto, do Comando Militar do Sul.
“Precisamos, mais que um parlamento, o povo ao nosso lado para que possamos impor uma política que reflita em paz e alegria para todos nós”, disse no evento.
SANTOS CRUZ
Mais cedo no sábado, em Brasília, Bolsonaro comentou a demissão do general Santos Cruz da Secretaria de Governo.
“Todo mundo pode ser [demitido]. Muita gente se surpreendeu com a saída do general Santos Cruz. Isso pode acontecer. Muitas vezes, a separação de um casal você se surpreende: ‘Mas viviam tão bem!’. Mas a gente nunca sabe qual a razão daquilo. E é bom não saber. Que cada um seja feliz da sua maneira”. O presidente não deu detalhes sobre o que motivou a saída de Santos Cruz, demitido na quinta (13).
De FSP