Plínio Valério: Indicação de Eduardo será vetada no Senado
“A reforma da Previdência passa sem problema nenhum. A nomeação do filho do Bolsonaro, não passa pelo Senado!”, declarou o senador pelo Amazonas, Plínio Valério (PSDB) no plenário da Câmara Municipal de Manaus (CMM), na manhã desta quarta-feira, 17/07, durante tribuna popular sobre Polo Tecnológico, em Manaus.
Em entrevista, o parlamentar confirmou que votará contra a nomeação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) como embaixador do Brasil nos Estados Unidos. “Tem muito bolsonarista lá, mas, o Senado não pode cometer esse erro de aprovar uma nomeação dessa. Eu não falo pelos outros, eu falo por mim, eu voto não. Sinto que Senado não passa, vai ser um vexame”, apostou Plínio.
O parlamentar também apontou que os senadores pelo Amazonas Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (MDB) também devem ser contrários a indicação do presidente da república Jair Bolsonaro (PSL), pai de Eduardo.
O assunto gerou polêmica em todo o Brasil desde a última sexta-feira, 12/07, quando o nome de Eduardo Bolsonaro foi citado pelo presidente. Em Manaus, os vereadores repercutiram o assunto, a maioria é contra.
“Eu acho que vai ser um movimento muito ruim para o presidente Bolsonaro manter a indicação do seu filho. Acho que ele não precisava disso. Na minha opinião, isso pode politicamente prejudicar a agenda do governo. Se eu estivesse no senado também não veria isso com bons olhos. A decisão ela não pode ser pela questão do DNA, na minha opinião”, disse o vereador Chico Preto (PMN).
O vereador Elias Emanuel (PSDB) lembrou que o posto de embaixador é extremamente elevado para a diplomacia brasileira e quem deve assumir é alguém com muita experiência nas tratativas internacionais. E se posicionou dizendo que nem as ditaduras mais radicais fizeram isso com filhos de ditadores. “A pergunta é, se o Eduardo Bolsonaro não fosse filho do presidente da república ele seria indicado para ser o embaixador do Brasil em Washington, só porque ele sabe fritar hambúrguer? Essa coisa de agradar o filhinho não cabe para uma democracia que busca maturidade que é a democracia do Brasil”, ironizou Elias.
Sobre a polêmica, o vereador Gilvandro Mota (PTC) declarou ser contra essa indicação. “Do ponto de vista político se eu tivesse que dar um conselho ao presidente era esquecer essa ideia. Ele foi eleito no viés de contraposição a tudo isso, a essas questões de nepotismo, corrupção, privilégios. Então, se ele se elegeu com essa contraposição, ele deveria, nesse momento, ter muito cuidado e ser zeloso em relação a isso”, opinou o parlamentar.
Vale lembrar que segundo a legislação, caso Eduardo seja indicado terá que ser aprovado pelo Senado e também terá que renunciar ao mandato parlamentar.
Senado x Governo
Durante entrevista, ao falar da Zona Franca de Manaus (ZFM) e os recentes ataques ao modelo econômico do Estado, o senador afirmou que diuturnamente defende a economia local, mas que é preciso ir além, mostrar novas matrizes que podem surgir por meio do Polo Tecnológico que foi discutido hoje durante tribuna popular na CMM.
Plínio ainda questionou que o governador do Estado, Wilson Lima (PSC), não quer ajuda do Senado. “O governador vai à Brasília e ninguém nem sabe. O governador Wilson tem dispensado nossa ajuda. Eu me ofereci não sei quantas vezes para ajudar o Estado e o governador não quer, ele quer agir sozinho, então fica difícil”, criticou.
Questionado sobre como seria essa ajuda ele respondeu. “Abrindo portas. Em Brasília, governador não é respeitado, quem é respeitado é senador e deputado federal que é quem tem voto. Nenhum ministro recusa uma visita minha, porque é lá que eles vão pedir voto pra gente. A gente cansa de se oferecer”, lamentou Plínio.
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