“Tá na cara que vou ser cobrado”, diz Bolsonaro
presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar, nesta quinta-feira, 19, que os incêndios na Amazônia seriam cessados se ele a demarcação de “duas dúzias de reservas indígenas, mais 30 ou 40 quilombolas, e ampliasse parques ambientais”. A declaração foi feita em sua tradicional transmissão ao vivo nas redes sociais.
Bolsonaro confirmou que irá à Assembleia Geral da ONU em Nova York, no dia 24 de setembro, onde fará um discurso na abertura. O presidente promete fazer uma apresentação “bastante objetiva, diferente de outros presidentes” que o antecederam. “Ninguém vai brigar com ninguém lá, podem ficar tranquilos”, disse.
“Tá na cara que eu vou ser cobrado, porque alguns países me atacam, de uma maneira bastante virulenta, dizem que eu sou o responsável pelas queimadas aí pelo Brasil. Nós sabemos, pelos dados oficiais, que queimada tem todo o ano, infelizmente. Quer que faça o que? Tem”, disse o presidente. “(Ocorrem queimadas) Até por uma questão de tradição. Não só o caboclo toca fogo no roçado, para plantar uma coisa, no tocante à sobrevivência. O índio faz a mesma coisa. Mas tem aqueles que fazem de forma criminosa. Agora, como combater tudo isso sem meios na região Amazônica, que pega, se eu não me engano, 10 estados, maior que a Europa Ocidental? É complicado”, acrescentou.
Na sequência, o presidente afirmou que as críticas da comunidade internacional ocorrem porque ele se nega a ampliar áreas de preservação ambiental, que, em sua avaliação, poderiam “inviabilizar o agronegócio”. “Por que alguns países da Europa batem na gente duramente? O que eles queriam é que, quando eu voltasse desses grandes eventos, como já estive em Osaka, em Davos, eu demarcasse mais duas dúzias de reservas indígenas, mais 30 ou 40 quilombolas, ampliasse parques ambientais. Se eu resolvesse amanhã assinar decretos para demarcar reservas indígenas, o incêndio acaba imediatamente na Amazônia”, afirmou. Segundo Bolsonaro, “com essa historinha de dinheiro para o Fundo Amazônia”, os países estavam “comprando a nossa Amazônia”.
De VEJA