FILME da LAVA JATO estreia com FIASCO até EM CURITIBA
Tudo foi armado para produzir um dia de tragédia para Lula. Na véspera, divulgação planejada milimetricamente de depoimento do ex-ministro petista Antonio Palocci se somaria à estreia de um panfleto caríssimo, com financiamento “secreto” que se dedica a acusar o ex-presidente.
Palocci cumpriu o acordo. Inventou uma tonelada de mentiras sobre o amigo de trinta anos, quem, até há pouco, manifestava descrença de que o hoje ex-amigo jamais praticaria o ato que praticou ao lhe fazer acusações terríveis sem apresentar uma mísera prova e sem, ao menos, dizer que pode provar as acusações que fez.
Já o panfleto em questão, foi bem menos eficiente.
A reportagem da “Gazeta do Povo”, jornal eletrônico paranaense sediado em Curitiba, bem que tentou colorir de alguma forma a estreia do panfleto multimilionário feito para ajudar a Lava Jato a destruir Lula e o PT, o objetivo único desse crime de lesa-pátria travestido de combate à “corrupção”. Mas não foi possível.
O silêncio da mídia sobre a estreia do filme sobre a Lava Jato – Polícia Federal, a lei é para todos – já insinua como foi a estreia do panfleto antipetista no Dia da Independência…
Ou alguém acha que a mídia não bateria bumbo se tivesse havido salas lotadas com multidões vestidas com camisetas amarelas esperando em longas filas para assistir à overdose de antipetismo?
A título da reportagem da tal “Gazeta do Povo” já diz tudo:
“Sem a lotação esperada, filme sobre a Lava Jato estreia bem acolhido pelo público”
O subtítulo também se esforça para dar a “boa notícia” que dez entre dez fascistas tupiniquins esperavam:
“Primeira sessão do filme Polícia Federal A Lei é Para Todos entusiasma espectadores em Curitiba. Filme estreou em 16 salas”
Porém, a matéria tem que falar do que não quer. Vamos a ela, pois.
GAZETA DO POVO
Sem a lotação esperada, filme sobre a Lava Jato estreia bem acolhido pelo público
Primeira sessão do filme Polícia Federal A Lei é Para Todos entusiasma espectadores em Curitiba. Filme estreou em 16 salas.
SANDRO MOSER 07/09/2017 18:35
Com a concorrência de uma bela tarde de sol, o filme Polícia Federal – A Lei é Para Todos estreou nesta quinta-feira (7) em 16 salas de cinema Curitiba e região metropolitana.
Na plateia, nem tanta gente quanto os produtores talvez esperassem. Na primeira sessão comercial, na sala 3 do Espaço Itaú (com capacidade para 208 lugares) cerca de 60 pessoas pagaram ingresso para ver o filme. No CineSystem do Shopping Curitiba a proporção de ocupação da sala foi praticamente a mesma.
A recepção de apoio ao filme, porém, foi calorosa entre as pessoas que se dispuseram a ver a primeira sessão. O filme do diretor Marcelo Antunez mostra os bastidores da Operação Lava Jato, desde o inicio até a condução coercitiva do ex-presidente Lula em março de 2016.
O longa estreou em mais de mil salas no Brasil todo e teve uma pré-estreia muito concorrida há uma semanas.
As amigas Maria Lúcia Vieira e Dulce Meri fizeram questão de assistir a primeira sessão e saíram empolgadas do filme.“É uma prova da realidade que a gente tem visto na imprensa. O filme é muito bem feito e prende a atenção. A fotografia é boa; a trilha e as atuações são ótimas”, opina Maria Lúcia.
Já Dulce conta que vai começar a propaganda boca-a boca assim.“Vou indicar aos amigos. Acho que todo brasileiro deveria assistir. A Lava Jato é nossa esperança de mudanças. E acho que muitas coisas já mudaram”.
A professora Elisa Maria Setim conta que o filme será trabalhado em sala de aula com seus alunos na próxima semana.“Como professora, trabalho com estes temas em sala. O fato de filme ter sido lançado em pleno Sete de Setembro tem uma significação grande”.
A professora Elisa vai trabalhar o filme com seus alunos.
A professora destaca o “padrão internacional” do filme do ponto de vista técnico.“É muito bacana ver as locações em Curitiba como o Parque Barigui e o prédio histórico da Universidade Federal”, comenta.
Para ela o filme funciona como thriller de ação, mas com uma “ressalva dolorosa. “Saber que não é ficção é muito duro. É diferente você ver outro filme de ação e sabe que saiu tudo da cabeça do roteirista”, reflete. “Neste caso, dói porque é verdade”.
Esse é um trabalho para a turma do “escola sem partido”… Ou não.
Seja como for, se na República de Curitiba a estreia do panfleto antipetista foi um fiasco, em São Paulo o resultado foi ainda pior.
Os deputados estaduais José Américo (PT-SP) e Marco Vinholi (PSDB-SP) aceitaram o convite do jornal O Estado de São Paulo para assistir ao filme antipetista que a Lava Jato conseguiu financiar sabe-se lá como.
Segundo o Estadão, sobre a polêmica que ronda o filme – quem são seus financiadores? – os dois parlamentares paulistas concordaram que a não divulgação da identidade de quem investiu “grana” no longa pode dar margem a suspeitas. “O filme tem muitas cenas de estúdio, o que não justifica o custo de R$ 16 milhões”, disse José Américo.
Sempre segundo o jornal, Américo teria apontado “incongruências” na obra. “A PF não tem agente? São os delegados que dirigem os carros durante as ações.”
Incomodou também a reação do “Lula do filme” durante a condução coercitiva. No filme, o ex-presidente pergunta sobre o agente Newton Ishii, conhecido como “japonês da Federal”, e diz que ele é um ladrão.
“A imprensa toda deu que, na ocasião, o Lula fez uma piada sobre o ‘japonês da Federal’. Não é da personalidade do Lula chamar alguém de ladrão”. Para Américo, o Lula interpretado pelo ator Ary Fontoura não seria eleito “nem vereador no interior”.
O jornal fez questão de pontuar que, ao final do filme, a plateia “aplaudiu”. Só não contou que a plateia estava quase vazia. Em São Paulo o fiasco foi maior ainda que em Curitiba.
Alguns dirão que “é lógico que o filme teve baixa audiência, porque estreou em um feriado”. Ora, em primeiro lugar a escolha da data para lançamento – 7 de setembro – foi feita justamente para ajudar o filme a estrear com sucesso de público, até porque, em um feriado no meio da semana, há mais pessoas sem maiores afazeres e que podem ir ao cinema.
A razão do fiasco não é só o antipetismo previsível e escrachado, o maniqueísmo, a montanha de invenções sobre a Lava Jato e sobre as operações antipetistas que até a insuspeita Folha de São Paulo denunciou na reportagem “Descubra o que é fato e o que é invenção no filme da Lava Jato”. A razão é que o filme é ruim mesmo.
Quem diz isso não é esta página, mas veículos como o jornal espanhol El País ou o insuspeito Zero Hora.
Não será difícil arrastar os antipetistas fanáticos para ver antipetismo na telona. O problema é que cinema requer públicos exponencialmente maiores. Os 16 milhões que o filme custou foram torrados para a Lava Jato pregar para convertidos. O povo não vai dar a menor bola a esse lixo caro e suspeito.