Prisão de militantes do PSTU é política

Ativismo político

Não posso dizer que fui contra os atos públicos promovidos no Rio contra a visita de Barack Obama, mas, como atestam os sucessivos posts que escrevi aqui, vi com preocupação. Quando se trata de alguém como o presidente dos Estados Unidos, as medidas de segurança se tornam draconianas. Em boa medida, com razão.

Ressalte-se: as inegáveis ameaças à segurança do presidente Obama não justificam ministros de Estado “tirarem os sapatos” em seu próprio país.

Também previ que algum problema sério resultaria de atos públicos em um momento e em locais que estariam guardados por forças de segurança preparadas até para matar ao menor sinal de risco. Afinal, estamos falando do líder máximo de um país que já teve aviões seqüestrados e atirados contra sua maior cidade.

Além disso, o discurso dos que promoveram atos contra os Estados Unidos me pareceu anacrônico. Mantemos relações comerciais, culturais e diplomáticas com o país e, assim, não faz sentido não aceitarmos a visita de seu presidente.

Minha maior preocupação não era com excessos dos manifestantes dos movimentos sindicais, dos partidos e dos sindicatos. Conheço-os e sei que são integrados por boas pessoas, honestas, idealistas e pacíficas. Preocupava-me com a segurança dessas pessoas porque tinha alguma coisa que me dizia que armariam alguma coisa para elas.

Não digo que tenha sido o Estado que armou alguma arapuca para que os ingênuos militantes do PSTU caíssem. Podem ter sido extremistas de direita ou até algum militante sem juízo que agiu por conta própria. É ridículo, porém, achar que um partido político legalizado e com representação parlamentar cometeria um ato de terrorismo.

Jamais houve um ato sequer parecido de parte do PSTU. Não são violentos. São veementes, muitas vezes me parecem intolerantes, mas jamais promoveram atos criminosos e violentos.

Sim, um coquetel Molotov foi atirado contra o Consulado dos Estados Unidos e fez uma vítima. Mas onde está a prova de que foi atirado pelos militantes que estão presos? E se o exame das fitas das câmeras da região mostrar que não foi nenhum deles, como é que fica?

É óbvio – e desalentador – que essas pessoas foram presas para intimidar os grupos que fariam manifestações no dia seguinte. Isso não é coisa de país democrático. As autoridades que prenderam e que mantém presas essas pessoas até agora, fizeram prisões cem por cento políticas. Afrontaram o direito constitucional de reunião e manifestação.

Não era necessário prender aquelas pessoas – e nem estou me referindo à falta de provas de que foram elas que atiraram o coquetel Molotov ou que portavam pedras e soco-inglês. Poderiam ter sido indiciadas e a Justiça, após investigações policiais, que decidisse. Prenderam por questões políticas, pois.

Há pelo menos uma iniciativa para que essa indignidade seja revertida. Um abaixo-assinado que pode ser apoiado clicando aqui . Apóie. Não importa se você não gosta do PSTU. Eu gosto. Não votaria nunca nesse partido, mas admiro seu idealismo e suas boas intenções. Você estará apoiando o Estado de direito.

PS: Comentários de apoio aos presos políticos serão enviados ao Ministério da Justiça.