Radicais de direita farão ato pró-Bolsonaro na Paulista

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Fabio Pagotto
Agência BOM DIA

Um grupo de pessoas de pensamento político radical de direita quer fazer um ato de apoio ao deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) no sábado, parando uma das pistas da Avenida Paulista em frente ao Masp. Segundo Márcio Galante, de 23 anos, um dos organizadores do evento, o objetivo é mostrar que o deputado foi ridicularizado pela mídia e “muita gente concorda” com ele. “Todos sabem que Bolsonaro é pai de família e militar de respeito. A mídia está fazendo um linchamento público dele”, diz.

O deputado, dono de opiniões políticas polêmicas, como ser favorável à pena de morte e à extinção de parte das reservas indígenas, atraiu a atenção do país no começo da semana passada em uma entrevista ao programa “CQC”, da Rede Bandeirantes.

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A ideia do ato partiu de Márcio, que se diz um radical de direita. “Quando vi o que estão fazendo com ele, entrei na comunidade ?Sou fã do dep. Jair Bolsonaro? do Orkut e lancei a ideia de fazer um ato cívico na Paulista”, contou. Segundo ele, nesta terça-feira à tarde cerca de 80 pessoas já haviam confirmado presença.

A comunidade de apoio a Bolsonaro, uma de 82 que aparecem na rede social com o nome do deputado, conta com 3.966 membros. De acordo com Márcio, pretendem participar do ato organizações militares extra-quartel, separatistas, católicas radicais e grupos de extrema direita, como o Ultra Defesa.

Segundo informações do próprio grupo, o Ultra Defesa tem 28 membros e cerca de 30 simpatizantes. “Levamos aos jovens o conhecimento político, pois se o povo fosse politizado não seriamos roubados e explorados pelos políticos corruptos, que são quase todos”, disse o porta-voz do Ultra Defesa, o  instrutor de Jiu-Jitsu Eduardo Thomaz.

“Temos a opinião que cada um faz o que quer. Se a pessoa quer ser homossexual, que seja, mas seja entre quatro paredes. Ninguém é obrigado a ver atos obscenos em locais públicos. Os homossexuais podem lutar pelos seus direitos contanto que não lutem para tirar os nossos”, falou Eduardo.

O deputado Bolsonaro disse que não poderá ir ao ato de sábado por ter outro compromisso marcado, mas apoia o evento. “Fico feliz se o movimento for voltado contra as propostas que estão aí, de invadir as escolas de primeiro grau simulando o homossexualismo e preparando nossos jovens para a pedofilia”, falou.

Bolsonaro é contra o que chama de “kit gay”, conjunto de materiais didáticos de inclusão de temas ligados à sexualidade para escolas públicas.