“Alcoolismo” de Lula é mentira

Opinião do blog

Desde o anúncio de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem câncer na garganta que os grandes meios de comunicação de massa foram tomados por um noticiário e por uma enxurrada de opiniões de colunistas e comentaristas que vão todos na mesma direção, a de que o ex-presidente seria “culpado” pela própria doença por ter sido fumante e por ter se deixado cair no “alcoolismo”.

O recorrente uso da palavra “alcoolismo” que se vê na imprensa em relação a Lula significa que esses jornalistas consideram que o ex-presidente é alcoólatra, apesar de que, até hoje, jamais surgiu uma única prova dessa acusação.

Fica evidente a escolha política do termo alcoolismo porque este representa um conjunto de problemas relacionados ao consumo excessivo e prolongado do álcool. O termo “alcoolismo” é entendido como vício de ingestão excessiva e regular de bebidas alcoólicas. O alcoolismo, portanto, é um conjunto de diagnósticos que envolvem dependência, abstinência, abuso e intoxicação por álcool (embriaguez).

O significado do termo “alcoolismo” também remete à presença de efeitos da doença em um político que até há dez meses presidiu a República e que o inabilitam para o cargo ou até mesmo para a militância política legítima que exerce há décadas, pois alcoolismo causa síndrome amnésica, surto demencial, alucinatório ou até delirante, mudanças bruscas de humor, distúrbios de ansiedade, distúrbios sexuais e distúrbios do sono. E, por fim, o delirium tremens, que pode ser fatal.

O uso reiterado e incessante do termo alcoolismo é uma escolha política, então. E, como tal, denota que parte expressiva da grande imprensa optou por até intensificar uma campanha de desqualificação do ex-presidente da República que, como mostram pesquisas de opinião desde sempre e até recentemente, tem fracassado de forma reiterada.

Dez meses após deixar a Presidência, o alvo dessa campanha difamatória desfruta de popularidade tão alta quanto a que detinha quando governava. Lula, com tudo isso, ainda é um dos raros homens públicos que após um longo mandato eletivo de expressão deixou o poder banhado pela confiança, pelo respeito e pelo carinho da maioria esmagadora da sociedade e pela admiração de todo o mundo civilizado.

Se houvesse um mínimo de seriedade e decência, de respeito humano e até de educação, de conduta civilizada e até de caráter por parte dos que estão dizendo essa aberração, mentira tão indigna seria reparada e pararia de ser veiculada.

Parece lícito afirmar, pois, que chamar Lula de alcoólatra é jogo baixo. Se discordam dele, usem argumentos sérios. Ao dizê-lo vítima de alcoolismo, mentem miseravelmente. Mentira facilmente identificável. Um alcoólatra jamais poderia ter feito a Presidência que ele fez e que a quase totalidade do povo  e o mundo inteiro reconhecem.

Essa farsa degrada a política e insulta uma nação que tem por Lula carinho que a história, apesar dos mentirosos, registrará sem falta. Mentirem afirmando que ele sofre de doença como alcoolismo e sem apresentar prova não atenta só contra o jornalismo, mas contra a própria democracia.

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No vídeo abaixo, homem, revoltado não se sabe com que, agride, de forma absurda, repórter da emissora que mais destrata Lula durante matéria no hospital em que o ex-presidente começou hoje quimioterapia.