Eu tenho medo de ter medo

Crônica

Antes de começar qualquer discussão sobre política, cada um de nós, brasileiros, deveria usar uma introdução para lembrar, SEMPRE, que o Brasil deixou de ser uma democracia, e que, nesse contexto, toda discussão política muda radicalmente. Dito isso, vamos ao que interessa.

Se não há democracia, não se pode, simplesmente, falar de política; toda discussão política tem que ser de resistência à violação do Estado Democrático de Direito. Ponto.

O objetivo desta nota, pois, é divulgar uma declaração de princípios antes que este Blogueiro faça denúncia séria que só não será feita agora porque, em pleno Carnaval, contingente muito menor de pessoas tomaria conhecimento.

Porém, como a alma queima ante a ignomínia, a injustiça, a covardia do arbítrio, ante esse monstro corpulento que se agiganta a cada dia em nosso país, a espera para dizer o que me queima a alma terá que prosseguir por mais alguns dias.

Quero agora explicar em poucas palavras, então, por que é perda de tempo tentar me intimidar.

A explicação é muito simples: tenho medo de ter medo. É isso mesmo que você leu: quando se trata de ter medo, sou um covarde. Não por abraçar o medo, mas por querer fugir dele, pois sei que pode me destruir.

Não entendeu direito? Explico: eu sei que, se tiver medo, que se fugir do enfrentamento daquilo que acho que precisa ser enfrentado, nunca vou parar de fugir das vicissitudes que a vida impõe. Se tiver medo, serei um eterno derrotado.

Posso ser vencido por ser mais fraco, menos esperto ou por a disputa ter sido injusta. Mas se enfrentar, SEMPRE, todo arbítrio que se alevantar contra QUALQUER inocente, jamais serei derrotado. Só perde quem não luta. Eis por que lutarei sempre: por medo da rendição.