Foi pra Doria o gosto merda dos artistas eleitores de Aécio
Eles fizeram de tudo para colocar na Presidência da República um político acusado reiteradamente de comportamentos pessoais indefensáveis e que, há poucos meses, apareceu em gravações e até em vídeos agindo como um chefe mafioso.
Os artistas que votaram em Aécio Neves em 2014 ajudaram a embalar um movimento cretino surgido em 2015, logo após a posse de Dilma Rousseff em seu segundo mandato consecutivo.
O movimento “Eu não tenho culpa, votei no Aécio” tomou as grandes manifestações de direita que ajudaram a derrubar a ex-presidente sem o concurso dos elementos exigíveis para medida desse calibre, ou seja, sem prova de crime de responsabilidade.
Durou pouco aquele movimento. Nos meses seguintes, começaram a surgir indícios de que o tucano estava tão ou mais envolvido em corrupção quanto aqueles que acusava. Foi alvo de meia dúzia de delações premiadas e, em abril deste ano, surgiram provas cabais de que é corrupto.
Em áudio, vídeo e documentos.
Os tais artistas que votaram nele e depois se gabaram disso não chegaram a fazer um mea culpa. Mas isso não é o pior. O vídeo abaixo explica o que ocorreu. O post continua em seguida.
Como se vê, não se trata de essas pessoas terem sido enganadas por um político malvado. E não é só o fato de terem um gosto merda.
Reportagem da Folha de São Paulo publicada nesta sexta-feira 1º de setembro revela que o problema dessa gente é de burrice ou de caráter. Ou ambos.
Da Folha de São Paulo:
Ex-aecistas, artistas e empresários se reunirão em jantar para Doria
THAIS BILENKY
DE SÃO PAULO
01/09/2017 02h00
Depois de o ex-jogador Ronaldo bater bola com João Doria (PSDB) para inaugurar um campo de futebol, outros empresários e artistas que apoiaram Aécio Neves (PSDB) em 2014 passaram para o time do prefeito paulistano.
O empresário Sebastião Bomfim Filho, da Centauro, organiza jantar em torno de Doria no dia 20 de setembro, em São Paulo. O prefeito tem intenção de ir.
O anfitrião disse, via assessoria, que será “um encontro de artistas do eixo Rio-São Paulo para discutir vários temas, principalmente cultura” e negou cunho eleitoral.
Entre os confirmados está o apresentador Marcio Garcia, que apoiou Aécio e agora se diz decepcionado com seu envolvimento na Lava Jato.
Outro convidado, Flávio Rocha, dono da Riachuelo, é entusiasta de uma candidatura de Doria à Presidência. Seu nome circula no grupo como potencial vice na chapa, ainda que a hipótese seja afastada pelo próprio e por auxiliares do prefeito.
“Adoraria poder ajudar nessa que é, talvez, a cadeira mais importante desse projeto, mas meu papel será muito mais humilde e vou desempenhá-lo”, disse Rocha.
Ele afirmou que um vice precisa complementar o candidato. No caso, sugeriu uma mulher no Nordeste.
O empresário Marcus Buaiz, que apoiou Aécio ao lado da mulher, a cantora Wanessa e do sogro, Zezé di Camargo, também quer Doria presidente. “João está fazendo um excelente trabalho. Para nós, empreendedores que não aceitamos a mesmice, queremos ver as coisas melhores”, disse Buaiz. “Ele é um baita nome para o bem do Brasil.”
A chapa Doria/Rocha foi “lançada” por empresários em Natal (RN), quando o prefeito recebeu título de cidadão natalense, em ação articulada pelo dono da Riachuelo. “Lançaram Mendoncinha [ministro da Educação] no Recife, [o prefeito soteropolitano,] ACM Neto em Salvador. Na minha cidade, o mínimo que eu esperaria dos meus conterrâneos era essa gentileza”, disse Rocha.
“João é o rosto que a sociedade procura”, personifica a polarização atual, longe de ser a marxista, mas entre a parcela que puxa a carruagem e uma casta que se apoderou da carruagem estatal, o corporativismo”.
A pretensão do governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), padrinho político de Doria, de ser o presidenciável tucano, não seria, para Rocha, um impeditivo. “Vai vir de fora para dentro”, aposta.