Mercado financeiro vê Temer enrascado em nova votação de denúncia
Pressionado pelas ações dos bancos, o Ibovespa tinha baixa de 0,73%, aos 75.836 pontos, às 14h01 (horário de Brasília) desta segunda-feira (23). Já o dólar sobe forte e supera o patamar de R$ 3,21, caminhando para seu maior fechamento desde 11 de julho.
Como o presidente Michel Temer gastou boa parte do capital político na votação da primeira denúncia na Câmara, está encontrando maior dificuldade com os parlamentares para ganhar vantagem no Congresso na votação da segunda acusação contra ele.
O governo hoje teme uma rebelião de membros da base aliada, o que pode comprometer o resultado. Embora corra poucos riscos de ver a formação de 342 votos contra si, o peemedebista sabe que o desempenho nesta votação dirá muito sobre sua capacidade para conduzir alguma agenda de reformas em novembro, apesar de serem searas completamente distintas.
De acordo com a consultoria Eurasia, Temer deve perder o suporte na votação da segunda denúncia em relação ao número de apoio na primeira votação em agosto, quando 263 deputados votaram a favor dele (227 votaram contra em agosto, sendo necessários 342 votos contra Temer para a denúncia passar).
Contudo, se trinta ou mais parlamentares desertarem, a probabilidade para a reforma da Previdência deve diminuir, diz a Eurasia, em relatório.
No mesmo momento, o dólar comercial registrava valorização de 0,78%, cotado a R$ 3,2148 na venda, com o mercado na expectativa pela escolha para novo presidente do Federal Reserve e ainda refletindo expectativa com plano fiscal de Donald Trump.