Chile: pesquisas compradas pela direita falham e país terá 2º turno
Se você pensa que é só no Brasil que as pesquisas são fraudadas para inflar a direita nas eleições, o Chile acaba de mostrar que não é bem assim.
As empresas que fazem pesquisa no país vizinho são, entre outras, a Cerc-Mori, Centro de Estudios Públicos (CEP) e Criteria, que, coincidência das coincidências, vinham dando vitória folgada do candidato de direita, Sebastián Piñera, sobre os esquerdistas Alejandro Guillier e Beatriz Sanchéz.
Com 99,89% dos votos apurados oficialmente, Piñera tinha 36,6%, seguido de Guillier, com 22,7%.
A primeira surpresa da noite foi a votação mais baixa do ex-presidente, para quem as pesquisas projetavam 45% dos votos e até mesmo a chance, ainda que pequena, de que vencesse a eleição já no primeiro turno.
A segunda “surpresa” foi a boa votação que obteve a terceira colocada, a candidata da recém formada coalizão esquerdista Frente Ampla, Beatriz Sánchez, 46. As pesquisas lhe davam ao redor de 12% dos votos, mas ela acabou tendo 20,3%, e quase tirando o próprio Guillier do páreo.
A participação ficou dentro do esperado, baixa, em apenas 43% do padrão eleitoral.
Era muito estranha a preponderância do ex-presidente Piñera, que foi chutado pelos chilenos após o primeiro mandato (2010-2014), marcado por greves estudantis gigantescas e por aumento da pobreza, da desigualdade e de tudo mais de ruim que a direita acarreta quando chega ao poder.
A boa notícia é que a votação de Beatriz Sánches e a de Alejandro Guillier somam 43% dos votos, enquanto que a votação de Piñera somada à do candidato de extrema-direita José Antonio Kast (7,9%) chega, apenas, a 44%.
Ou seja, o favoritismo do candidato conservador já não existe.