De olho em 2018, PMDB se aproxima de Lula no Nordeste
O presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), deve liberar a bancada do partido para construir alianças com Lula nos Estados, ano que vem.
O pragmatismo fala mais alto. Um dos casos emblemáticos observados é o do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que já declarou “Sou Lula” e fez acenos importantes ao governador de seu estado, Camilo Santana (PT).
O parlamentar deverá disputar reeleição em 2018 e espera contar com aliança com Lula. Conforme noticia a imprensa nacional, além do Ceará, o PMDB deve buscar alianças com o PT em ao menos sete estados nas campanhas para governador do ano que vem: Minas Gerais, Paraná, Alagoas, Piauí, Sergipe, Tocantins e Goiás.
Além de Eunício, outro exemplo claro é Renan Calheiros (PMDB-AL), que deverá enfrentar dificuldades para se reeleger senador por seu estado. Desde o início do ano, o parlamentar tem adotado postura de distanciamento com relação ao atual governo, evitando maior contaminação com a impopularidade de Michel Temer.
A procura de peemedebistas em costurar alianças estaduais com Lula se deve aos elevados índices de popularidade do petista. É um caminho muito mais difícil ser eleito governador em um estado nordestino polarizando com a imagem do ex-presidente.
A natureza do próprio PMDB favorece a costura de acordos, à primeira vista, contraditórios. Foi o que explicou o analista político Paulo Gama, da XP Investimentos, no programa Conexão Brasília de 20 de outubro: “O PMDB funciona quase como franquias, tem grupos espalhados pelos estados.
Uma das forças do partido é ter deixado cada estado ter sua autonomia e tocado sua agenda própria, tanto no campo econômico, quanto político. O PMDB já ensaia uma romaria em direção a Lula, pensando em fugir da ampla rejeição que Michel Temer impõe ao partido.
Em 2018, é muito provável que o PMDB comece a votar contra as propostas de Temer aproximando-se das posições petistas, segundo analistas do mercado financeiro.