Bolsonaro e “ruralistas” se aliam e preocupam tucanos
O líder da bancada do PSDB na Câmara dos Deputados, deputado federal Nilson Leitão, acredita que o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB-SP) precisa endurecer o discurso para tentar recuperar o terreno perdido para Jair Bolsonaro (PSL-RJ) entre os ruralistas.
Sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto tem se consolidado no setor por conta de promessas como criminalizar as ações do MST e facilitar o acesso ao crédito rural.
Para Leitão, o sucesso de Bolsonaro entre os ruralistas está justamente no discurso. Segundo o tucano, a retórica agressiva contra as invasões de terra e a criminalidade encontram ressonância. “Ele (Bolsonaro) fala o que o nosso pessoal quer ouvir.
Depois de abril, Alckmin terá de engrossar o discurso”, admitiu Leitão, que é líder da bancada do PSDB na Câmara Federal e preside a Frente Parlamentar a Agricultura (FPA), que reúne 220 integrantes de diversos partidos, em entrevista à Folha de S.Paulo sobre a aliança entre Bolsonaro e os ruralistas que preocupa o PSDB.
Sobre a chance de Alckmin recuperar o terreno perdido para Bolsonaro, Leitão aposta no perfil do eleitorado. Em sua avaliação, os brasileiros não gostam tanto da agressividade que faz parte da retórica do potencial adversário e podem acabar optando pelo presidenciável tucano. “O brasileiro não gosta tanto de agressividade, mas precisa ter segurança jurídica para trabalhar”, conclui o tucano.
Nos últimos dias, Bolsonaro tem dado amostras da força política ente os ruralistas. Na quarta passada (7), discursou no Show Rural de Cascavel (PR), uma das maiores feiras agropecuárias do país.
Falando à platéia formada por produtores rurais, Bolsonaro prometeu criminalizar ações do MST e foi interrompido por gritos de “mito”. Na quinta (8), voou a Dourados (MS), onde foi recebido por mais de 43 mil pessoas e prometeu: “seu eu assumir, índio não terá mais 1 centímetro de terra”.