“Difícil engolir essa”, diz Janot sobre STJ ter acobertado Alckmin
O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, voltou ao twitter para comentar o panorama político do país. Ele manifestou indignação com a decisão da ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), de aceitar o pedido do vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, de enviar o inquérito que investiga o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) por suspeitas de caixa 2 para a Justiça Eleitoral de São Paulo.
“Tecnicamente difícil de engolir essa”, afirmou Janot.
+ Defesa vê ‘açodamento’ de procuradores que querem investigar Alckmin sem foro
A decisão livra Alckmin da Operação Lava Jato após ele perder o foro privilegiado a que tinha direito por ser governador. Ele deixou o cargo na sexta-feira, 6, para disputar a Presidência da República.
Os delatores da Odebrecht Benedicto Barbosa Junior, Carlos Armando Paschoal e Arnaldo Cumplido citaram suposto repasse de recursos a Alckmin a título de ‘contribuição eleitoral’.
As doações não contabilizadas teriam contado com a participação do cunhado do pré-candidato a presidente, Adhemar Cesar Ribeiro, também investigado no inquérito.
O vice-procurador-geral da República encaminhou ofício destacando que a apuração sobre o ex-governador de São Paulo ‘não tem como procuradores naturais’ o grupo.
Mariz Maia ainda disse que não foi informado sobre a alegada urgência no encaminhamento das investigações e ressaltou que não lhe parece “cabível falar em encaminhamento à força-tarefa de feitos judiciais”. Ele sugere que os procuradores, se for o caso, “solicitem o compartilhamento de provas” ao juízo competente do caso.
COM A PALAVRA, A DEFESA DE ALCKMIN
A defesa do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou, nesta quarta-feira, 11, ver ‘açodamento’ na ofensiva da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo, que pediu – ‘o mais rápido possível’ – que o inquérito contra o tucano deixe a Procuradoria-Geral da República e seja deslocado para competência dos procuradores federais em São Paulo.
O advogado José Eduardo Alckmin, que defende o ex-governador, diz que se ‘surpreendeu com a notícia do açodamento de setores do Ministério Público Federal, já que o processo está tramitando normalmente e será remetido, em termo oportuno, para instância competente’.