Jornal esbofeteia a sociedade mentindo sobre a reforma trabalhista

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Na mesma semana em que veio a público a prova inquestionável de que a reforma trabalhista não serviu nem servirá para reduzir o desemprego e de que foi levada a cabo para tornar precário o emprego assalariado no Brasil e, assim, encher o bolso dos patrões, um jornal feito por picaretas para idiotas lerem desfere uma violenta bofetada no rosto da sociedade.

Editorial do jornal Folha de São Paulo publicado nesta terça-feira 3 de abril abusa do cinismo e da mentira. Em vez de abordar a recente alta do desemprego expressa pela PNAD contínua, do IBGE, a estatística mais confiável sobre o mercado de trabalho, o jornal trata de dizer, na cara-dura, que a “reforma trabalhista” serviu para “proteger” o trabalhador.

O jornal quer a criação de lei para contornar os pontos mais insanos da reforma trabalhista de Temer, de forma a reduzir a insatisfação e a verdadeira ira que está tomando a sociedade ao perceber quanto foi enganada pelos golpistas d e 2016, Folha de São Paulo incluída.

As empresas estão promovendo demissões em massa de trabalhadores contratados pelo regime “antigo”, ou seja, contratados com garantias trabalhistas, para recontratá-los sob as regras genocidas da “reforma” que estimulou o golpe, pois para tirar direitos dos trabalhadores e “precarizar” o mercado de trabalho só tirando o Partido dos Trabalhadores do poder.

O golpe de 2016 objetivou, entre outros, aumentar os lucros dos patrões tirando recursos dos trabalhadores. A piora da situação econômica do Nordeste -que, na era petista cresceu acima da média nacional, fazendo nordestinos deixarem o Sudeste para voltar para casa – é útil aos empregadores porque esses imigrantes, no Sudeste, formam uma legião de trabalhadores dispostos a aceitar subempregos para não morrerem de fome.

A precariedade imposta ao mercado de trabalho atende empresas como a Folha de São Paulo, conhecida por explorar seus funcionários com jornadas de trabalho exaustivas e mal remuneradas. Agora, esse editorial esbofeteia as vítimas principais do golpe parlamentar de 2016: os trabalhadores brasileiros, do mais humilde ao melhor remunerado.

Leia esse texto vergonhoso publicado por esse jornal feito por bandidos para idiotas úteis

FOLHA DE SÃO PAULO

O QUE A FOLHA PENSA

Fantasma sindical

Por ação e omissão, governo e Congresso elevam incerteza acerca da reforma trabalhista

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Carteira de Trabalho e Previdência Social; em nota técnica, Secretaria de Relações do Trabalho, do Ministério do Trabalho, defendeu a cobrança do imposto sindical

Carteira de Trabalho e Previdência Social; em nota técnica, Secretaria de Relações do Trabalho, do Ministério do Trabalho, defendeu a cobrança do imposto sindical – Gabriel Cabral/Folhapress

3.abr.2018 às 2h00

EDIÇÃO IMPRESSA

Na falta de ideias melhores para atrair associados e contribuições voluntárias, sindicatos tentam manter de pé, como uma espécie de zumbi trabalhista, o imposto que os sustentou por décadas —extinto, no ano passado, pela reforma da CLT.

Realizam-se assembleias, com a presença de alguns integrantes das categorias, nas quais se aprova a cobrança do tributo; daí se demanda que as empresas do setor recolham os recursos para as entidades. A estratégia mambembe ganha, agora, o inusitado apoio do Ministério do Trabalho.

Em nota técnica, a pasta, devidamente aparelhada pelo sindicalismo, considerou que tais resoluções coletivas bastam para que os trabalhadores representados sejam obrigados ao pagamento.

É evidente que uma mera nota de ministério não pode sobrepor-se a uma lei aprovada pelo Congresso. E esta não deixa dúvidas: “O desconto da contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e expressa dos que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal”.

Assim estabelece a nova redação do artigo 579 da Consolidação das Leis do Trabalho. Não parece crível que a canhestra tentativa de driblar a norma vá prosperar. Trata-se, de todo modo, de mais uma incerteza a rondar a reforma, em vigor desde novembro.

Outra fonte de dúvidas é o Congresso, que não se mobilizou para votar a medida provisória 808, editada para promover ajustes negociados na legislação.

A base governista resiste em voltar ao tema, em ano eleitoral e sob pressões pela volta do imposto sindical. Nada menos que 967 emendas foram apresentadas à MP, num indicativo dos riscos da votação.

Sem ela, perecerão aperfeiçoamentos destinados a proteger os assalariados —caso da fixação de um período mínimo de 18 meses a ser respeitado entre uma demissão e a recontratação pela modalidade de trabalho intermitente.

Pretende-se, com a regra, evitar que empresas forcem mudanças em massa na condição legal de seus funcionários.

Além de outras normas para coibir a precarização dos empregos, o texto em tramitação contém dispositivo a determinar que a reforma vale também para os contratos que estavam em vigor antes de sua promulgação. Sem essa clareza, as interpretações ficarão a cargo dos juízes trabalhistas.

Já se sabia que o redesenho da septuagenária CLT não se daria sem conflitos e disputas jurídicas. Por ação e omissão, porém, governo e Congresso estão ampliando a margem para contestações. Fica prejudicado, assim, o objetivo maior de facilitar a criação de vagas com carteira assinada.

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