Presidenciável do MBL quer rifar banco público vital para o país
Até 1994, pelo menos, o empresário Flávio Rocha, dono das lojas Riachuelo, recebeu mesada do pai. Tinha, então, 36 anos de idade. O mais impressionante é que, marmanjo e dependente do pai, lançou-se candidato à presidência da República pelo Partido Liberal, naquele ano.
A dependência financeira em relação ao pai, Nevaldo Rocha, foi confirmada pelo então jovem empresário ao repórter Fernando Godinho, do jornal Folha de São Paulo, em matéria publicada em 11 de junho daquele ano. Flávio Rocha declarou à Folha:
– Financeiramente, sou dependente do meu pai. São transferências regulares para minha conta
Mas Flavio Rocha também ficou famoso por envolvimento em escândalos.
Rocha era deputado federal em 1986 pelo PFL (atual DEM). Tão logo foi eleito, transferiu-se para o PL. Foi reeleito em 1990, mas então já estava no PRN, para onde foi após ser convidado por Fernando Collor.
De volta ao PL, foi candidato à Presidência da República em 1994 – quando sua principal bandeira foi a criação do chamado Imposto Único, que substituiria todos os demais. Mas deixou a competição antes das eleições por força das denúncias de envolvimento no “escândalo dos bônus eleitorais” – um mercado paralelo e ilegal de venda destes papeis, lançados à época como forma de financiamento de campanhas.
Candidatos conseguiam compradores por um certo valor, mas os vendiam com deságio, pela metade do que valeria, a fim de legalizar recursos recebidos por empresas e não contabilizados oficialmente.
Rocha, então, largou a política e foi cuidar da empresa da família.
Recentemente, apareceu em uma reportagem da revista Carta Capital, desta vez como empresário, queixoso da política econômica e “um dos porta-vozes do empresariado nacional a defender o impeachment” de Dilma Rousseff.
Pela crítica feroz que fez da “política dos campeões nacionais do BNDES”, o banco estatal de fomento da economia brasileira, chama a atenção que, entre 2006 e 2009, o empresário tenha recebido financiamentos da ordem de R$ 1,44 bilhão, além de ter se beneficiado de isenção de 75% do Imposto de Renda na construção de fábricas no Ceará e no Rio Grande do Norte.
É esse indivíduo que, agora, disputa a Presidência da República pelo PRB, do histriônico Levy Fidelix.
Agora, Rocha defende “mudanças mais profundas na economia que não foram realizadas pelo governo Temer”.
Que mudanças? Rocha defendeu a privatização da Caixa Econômica Federal durante o 19°Congresso Anual do banco Santander, em São Paulo, no mês passado.
É indescritível o tamanho do prejuízo que a sociedade teria com a privataria do principal banco brasileiro no que diz respeito à operacionalização de programas e benefícios sociais nos quais bancos estritamente privados não teriam interesse.
Quando a Caixa paga benefícios diversos, como aposentadorias, ou quando operacionaliza seu fundo de garantia, você não paga nada por isso porque, como banco público, sua missão, em resumo, é fazer justamente o que faz. Privatizada, a Caixa deixaria de operar benefícios e programas sociais ou passaria a cobrar (caro) para continuar operando.
A Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e a Petrobrás são os próximos alvos da direita privateira. O roubo do patrimônio público só não ocorrerá se você se mobilizar e passar adiante informações como esta.
Assista vídeo que mostra a importância de a Caixa se manter pública.