Levy Fidelix agora aceita homossexuais
“Aparelho excretor não reproduz”, afirmou Levy Fidelix, candidato ao Palácio do Planalto em 2014, durante debate na Record. Essa foi a resposta para a pergunta da candidata Luciana Genro (PSOL) sobre quais seriam suas políticas para a defesa dos direitos dos LGBTs caso fosse eleito.
Quatro anos depois, o fundador do PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro) diz que o posicionamento “ficou para trás”. “Temos que ter a consciência de que nem todos são iguais. Não posso discriminar. Ficou para trás”, afirma, em vídeo publicado pelo MBL (Movimento Brasil Livre) neste domingo (20).
Também conhecido pela defesa de um aerotrem como principal bandeira, Fidelix é o tradicional postulante à Presidência pela sigla. Este ano, porém, ele pode dar lugar ao general da reserva Antonio Hamilton Mourão, que se filiou a legenda em abril e vem sendo considerado pelo partido.
Recentemente, Fidelix tem tentado mudar a sua imagem, chegando a produzir algumas peças de campanha em que é chamado de “bigodão”. E faz a mea-culpa em relação às declarações do último pleito.
Na época, diz, “eu fui pego de surpresa. Não que eu seja contra que as pessoas façam o que queiram com seu órgão”, afirma. Segundo ele, “as pessoas podem sim ter seu livre arbítrio e fazer o que quiser do seu corpo”, mas, “não podem impor uma agenda na marra”.
Durante o debate, Fidelix recusou o voto de homossexuais. ”Como é que pode um pai de família ficar aqui escorado porque tem medo de perder voto?”, disse. “Prefiro não ter esses votos, mas ser um pai que tem vergonha na cara.”
Também fez uma espécie de conclamação para um enfrentamento da minoria sexual. “Nós somos maioria, vamos enfrentar essa minoria. Vamos enfrentá-los. E o mais importante é que esses que têm esses problemas realmente sejam atendidos no plano psicológico e afetivo, mas bem longe da gente”, afirmou.
“Eu prego harmonia”, diz agora Fidelix, que conta ter tido “inclusive um funcionário no PRTB que chamavam de Paulete. E eu o defendia, o chamava de meu protegido”.
Em 2017, o fundador do PRTB foi condenado pela Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania de São Paulo a pagar uma multa de R$ 25 mil por “prática de discriminação homofóbica” em suas declarações no debate das eleições de 2014. A defesa entrou com recurso, ainda não julgado.
Em outros sete processos, ele diz ter sido absolvido. “Sofri oito processos e a Justiça me deu ganho de causa. Isso por conta do direito à livre expressão”, afirma o presidenciável.
Com informações da Folha