Oposição rejeita proposta de governista de derrubar o governo
O levante de caminhoneiros que agora pedem abertamente por intervenção militar fez do risco de uma queda de Michel Temer a pauta do Congresso.
Em reunião a portas fechadas, no Senado, ao menos um parlamentar da base do governo defendeu a derrubada do emedebista.
Recebeu uma trava até da oposição e viu o presidente da Casa, Eunício Oliveira (MDB-CE), lembrar o óbvio: em cinco meses o país elegerá novo presidente. É preciso, concluiu o cearense, garantir estabilidade até lá.
Segundo relatos, a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) reagiu de forma veemente ao flerte de um colega com a derrubada de Temer. Disse que, dado o cenário, ele precisava ficar no cargo até o fim do mandato. Foi seguida por Eunício: “Essa conversa de golpe comigo não prospera”.
A escalada antidemocrática do discurso dos caminhoneiros assustou até oposicionistas radicais, que agora temem a abertura de uma brecha para a ruptura institucional. Integrantes de movimentos sociais da extrema esquerda foram ver de perto os piquetes em São Paulo.
Esses olheiros relataram que um carro passou distribuindo bandeiras do Brasil e faixas a favor da intervenção militar.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), primeiro na linha sucessória, tem dito que não vai atuar para ampliar o clima de instabilidade. Ainda assim, um presidenciável recomenda que ele revisite a história do deputado udenista Ranieri Mazzilli.
Em 1964, Mazzilli, então presidente da Câmara, assumiu a Presidência assim que o golpe militar tirou João Goulart do poder. Foi destituído do cargo 13 dias depois, quando o general Castelo Branco ascendeu.
Com informações da Folha