Caos na economia prossegue e dólar dispara
Em um dia negativo para as principais moedas emergentes, o dólar disparou mais de 2% ante o real nesta quarta-feira (27).
Nem a atuação do Banco Central no mercado de câmbio foi suficiente para conter a valorização da moeda americana, que subiu 2,05%, a R$ 3,8760. O real foi a segunda divisa que mais perdeu valor de uma cesta de 24 moedas emergentes.
O desenrolar da disputa comercial entre Estados Unidos e China deixa investidores mais cautelosos, com reflexo direto sobre países emergentes, considerado mais arriscados.
O dia foi de menor volume de negócios no mercado financeiro, reflexo do jogo do Brasil, que iniciou às 15h e terminou minutos antes do horário de fechamento do pregão. Nesses dias, as oscilações de preços dos ativos tendem a ser mais bruscas.
Para conter a volatilidade, o BC ofereceu os US$ 2,5 bilhões em leilão de linha (venda de dólares com o compromisso de recompra), que havia sido anunciado na véspera. Segundo a agência de notícias Reuters, houve demanda para US$ 2,43 bilhões, bem mais do que os 500 milhões de dólares vendidos na segunda-feira, mas a medida não surtiu efeito sobre a cotação.
Como resultado, o dólar fechou no maior patamar desde 7 de junho. Naquele dia, a moeda americana superou os R$ 3,90, e o BC iniciou a intervenção que vinha mantendo as cotações sob controle.
O Banco Central vinha utilizando os leilões de swap (que equivalem à venda de dólares no mercado futuro) para conter a moeda. Depois de colocar cerca de US$ 30 bilhões no mercado com essa operação, a autarquia passou a atuar com leilões de linha.
Já a Bolsa brasileira acompanhou os principais índices americanos e recuou após enfileirar três dias de alta.
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, cedeu 1,11%, a 70.609 pontos.
A ausência de notícias positivas para a economia brasileira e o desenrolar de uma possível guerra comercial entre Estados Unidos e China têm mantido a Bolsa ao redor dos 70 mil pontos.
Para deixar essa faixa de preços, investidores precisam de notícias no campo político-econômico.
O CDS (espécie de seguro contra calotes de países) voltou a subir após seis pregões consecutivos de baixa.
Com informações da Folha