Maior consultoria do mundo diz que STF não solta Lula por medo da mídia

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A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal pode julgar na próxima terça-feira (26) um pedido da defesa do ex-presidente Lula para tirá-lo da prisão. A mera realização desse julgamento já colocou o mercado financeiro em alerta.

Nesse aspecto, o Eurasia Group, fez uma análise extremamente importante devido à relevância dessa consultoria de renome internacional.

O Eurasia Group, vale dizer, é uma consultoria de risco político com escritórios em Nova York, Washington, DC, Londres, Tóquio, São Paulo, São Francisco e Cingapura. Em 2010, a  World Future Society descreveu o grupo como “a maior consultoria de risco político do mundo”.

Para a consultoria, Lula, de fato, deve deixar a cadeia antes do fim do prazo estipulado pela Justiça para cumprimento da pena por lavagem de dinheiro e corrupção passivo no caso do tríplex do Guarujá. Mas isso só deve acontecer sob uma condição: quando (e se) o STF revisar o entendimento que permite a execução da pena antes do trânsito em julgado.

Em 4 de abril, por seis votos a cinco, o Supremo rejeitou o pedido do habeas corpus de Lula e manteve o entendimento que autoriza a prisão após decisão em segunda instância. Há a expectativa de que o assunto volte ao plenário da mais alta corte do país — mas, segundo o relatório da Eurasia, é improvável que isso aconteça antes das eleições de outubro.

O placar apertado no STF daquele 4 de abril e a composição da Segunda Turma do STF colocaram alguns analistas em alerta. Isso porque quatro dos cinco ministros que votaram de maneira favorável a Lula no julgamento de abril fazem parte da turma que deve analisar o novo pedido.

A Eurasia, contudo, não acredita que esse grupo formará maioria em favor do ex-presidente. Um dos motivos para isso é que, no julgamento de abril, alguns dos ministros justificaram a concessão do habeas corpus com o argumento de que a prisão após segunda instância deveria ser revisada.

Esse argumento não valeria para o debate atual já que apenas o caso do Lula estará em pauta. “Continuamos a acreditar que os magistrados não querem parecer complacentes em relação ao ex-presidente e correr o risco de uma forte reação negativa da imprensa e de metade da população”, diz o relatório.

Fica subentendido, pois, que o STF está se lixando para o que a consultoria insinua ser a outra metade da população, favorável a Lula.

O mais importante, porém, é a visão da maior consultoria de risco político do mundo confirmar aquilo que dez entre dez brasileiros sabem: o processo judicial envolvendo Lula é um processo político que nada tem que ver com Justiça e, sim, com interesses políticos de grupos econômicos.