Por sobrevivência, Alckmin busca alianças
Alckmin entrou na fase da sobrevivência. Sem capacidade de perfurar a apatia do eleitorado, os tucanos admitem que a prioridade do ex-governador, agora, é escapar do fogo amigo e de tiros dos rivais até o início do horário eleitoral.
A velha propaganda na TV é a boia de salvação que os tucanos enxergam, à distância. Estagnados na faixa de 7% nas pesquisas, Alckmin e seus aliados aceitam que será difícil decolar na campanha antes de levar ao ar suas primeiras peças de publicidade, em 31 de agosto.
Até lá, a principal estratégia será resistir. Embora alfinete Jair Bolsonaro (PSL) e o PT para se mostrar vivo, o ex-governador deve privilegiar a técnica que domina: jogar parado. Aliados defendem que ele se preserve para atenuar sua condição de alvo e atravessar os próximos meses.
A tática é mais uma imposição das circunstâncias do que uma escolha requintada. O tucanato acredita que Alckmin está excessivamente exposto ao desgaste sofrido pelo PSDB nos últimos anos. Sem a tribuna livre da propaganda eleitoral, não tem força para tentar se dissociar de Aécio Neves, do operador Paulo Vieira de Souza e das acusações de caixa dois que envolvem seu cunhado.
No segundo pelotão das pesquisas, o ex-governador tenta convencer seus companheiros de PSDB e dirigentes de outros partidos de que sobreviverá e terá tempo para se tornar um polo competitivo da disputa.
O objetivo é persuadir DEM, PP e PR de que uma aliança robusta garantiria tempo suficiente no horário eleitoral para atravessar a polarização entre Bolsonaro, à direita, e Ciro Gomes (PDT) e o PT, à esquerda.
Por ora, o tucano joga pelo empate. Quer seguir na disputa como a Itália de Paolo Rossi, que avançou na Copa de 1982 sem vencer nenhuma partida da primeira fase. Depois, eliminou o Brasil e foi campeã.
Há sempre o risco de terminar como o Chile de 1998, que chegou ao mata-mata após três empates. Sem empolgar, levou 4 a 1 da seleção brasileira nas oitavas e foi eliminado.
Com informações da Folha