Greve de fome por Lula: “nós vamos suportar”, diz grevista
Em coletiva de imprensa transmitida ao vivo pela Mídia Ninja nesta segunda-feira, às 15h, integrantes de movimentos populares (como MST, MPA e MAB) anunciaram para amanhã, às 16h, o início da greve de fome em defesa da democracia e pela liberdade do ex-presidente Lula. A ação será em frente ao STF.
A exigência é que Carmem Lúcia paute e o STF decida sobre a prisão em segunda instância, uma vez que a Constituição Federal não permite que uma pessoa seja presa até o trânsito em julgado, ou seja, até que tenha recorrido a todas as instâncias possíveis.
O ex-presidente Lula está preso há 114 dias, após condenação em segunda instância. O líder do Movimento dos Sem Terra – MST, João Pedro Stédile, lembrou do voto de Rosa Weber que, mesmo contra seus próprios posicionamentos anteriores, votou contra Habeas Corpus para Lula. E contestou o fato de muitas figuras com diversas provas de corrupção estarem soltas.
Outros líderes de movimentos sociais também falaram, emocionados, sobre o início da greve de fome. Anunciaram que suportarão o sacrifício que for necessário. O início da ação será na frente do STF, onde os grevistas permanecerão enquanto houver condições de saúde. Segundo as lideranças, Lula está ciente da greve de fome e, em breve, enviará aos ativistas uma carta.
“Está na hora de a cidadania brasileira reagir. Qualquer cidadão brasileiro, se está indignado com a situação do país, se quer o direito à esperança e o direito ao futuro livre e democrático, livre, faça alguma coisa de onde estiver e onde puder. É o momento da cidadania se rebela, num sentido pacífico, mas sério e decidido, para que o destino do país esteja nas mãos de seu verdadeiro dono:o povo brasileiro”, disse um dos grevistas.
Faz parte da ação também a convocação de jejuns coletivos e a doação dos alimentos não consumidos “em nome de Lula”. Além disso, haverá uma marcha para Brasília entre 10 e 15 de agosto.
Os grevistas vão fazer, de Brasília, o “bom dia, Lula” e o “boa noite, Lula”, que será transmitido pela internet e replicado na vigília na frente da sede da Polícia Federal, em Curitiba, onde Lula está preso.