PT pode exigir que pesquisas com Haddad informem que ele é “candidato de Lula”

Análise, Destaque, Todos os posts

Só com muita pressão popular será possível constranger os grandes institutos de pesquisa a pararem de publicar pesquisas falsas sobre a sucessão presidencial. Hoje, as pesquisas dizem que no cenário sem Lula Jair Bolsonaro (PSL) vai para o segundo turno com Ciro Gomes (PDT) ou Marina Silva (Rede) – Alckmin virou nanico eleitoral.

Incontáveis cientistas políticos até de direita avisam que é errado esconder o potencial que um candidato do PT, apoiado por Lula mesmo na prisão, terá na campanha. A mídia antipetista diz que é “delírio de petistas” que Lula seja candidato, mas as mesmas pesquisas mostram que o substituto a ser escolhido pelo PT terá protagonismo patrocinado pelo percentual considerável que Lula mantém no eleitorado.

O ex-prefeito Fernando Haddad é favorito para assumir a candidatura de Lula se este não puder disputar a eleição, mas graças a uma artimanha dos grandes institutos de pesquisa vem tendo desempenho pífio por não ser identificado como candidato de Lula. Mas Haddad pode crescer e atrapalhar muito a vida de Ciro e até mesmo de Marina, que perdeu capilaridade nos eleitores de esquerda desde 2014.

Estacionado e sob pressão do PSDB, Geraldo Alckmin tem tempo para buscar sair do marasmo em que se encontra e se posicionar no jogo, sobretudo se conseguir um conjunto de alianças capaz de garantir um espaço relevante na TV. O mesmo não vale para Henrique Meirelles (MDB). Por mais que o partido de Michel Temer insista no candidato de 1%, não há fator favorável que possa impulsionar o ex-ministro.

Restam pré-candidatos nanicos e o apetite das siglas do fisiológico centrão. O DEM flerta cada vez mais com Ciro, o que não é nada bom para Alckmin. E o PR mandou Bolsonaro pastar.

Já a candidatura de Lula está sendo considerada inevitável pelo menos até setembro se a Justiça brasileira seguir a lei e a Constituição. Até advogados escolhidos pela mídia de direita para dizerem que Lula não pode ser candidato têm afirmado o contrário, dizendo que, pela Constituição, ele tem todo direito de disputar a eleição até se estiver preso.

Seja como for, o importante, neste momento, é pressionar os institutos de pesquisa para que parem de  enganar o eleitorado brasileiro escondendo que cenários de pesquisas com candidato do PT que não seja Lula têm que informar que aquele candidato é o candidato de Lula.

Isso, inclusive, poderia ser determinado pela Justiça Eleitoral, já que pesquisa que esconde informações do pesquisado são ilegais, são falsas e, mais do que isso, constituem crime eleitoral.

Segundo o advogado eleitoralista Maurício Castilho Soares, quem divulgar ou compartilhar pesquisas eleitorais falsas pode responder judicialmente com multas e condenação em crime punível com até um ano de detenção.

A divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime previsto no artigo 33, § 4 da Lei 9.504. A pena varia de seis meses a um ano de detenção, além de multa. Além da penalidade na esfera penal, há também sanção na esfera cível-eleitoral, pois a divulgação de pesquisa sem registro gera multa que ultrapassa o valor de 50 mil reais, a teor do artigo 33, § 3 da mesma Lei”, diz o advogado.

Dessa forma, o PT deveria, URGENTEMENTE, representar à Justiça Eleitoral EXIGINDO que os institutos de pesquisa citem que qualquer candidato do PT a presidente que aparecer em pesquisas eleitorais tem que ser OBRIGATORIAMENTE identificado como o candidato de Lula, já que é fato público e notório que o candidato que o partido escolher terá sido indicado por Lula.