Disparada de Haddad assusta banqueiros
Após três pregões de fortes altas do Ibovespa, o mercado reage negativamente à nova pesquisa Ibope que mostrou Jair Bolsonaro (PSL) mantido na liderança da corrida presidencial, com Fernando Haddad (PT) galgando pontos e se isolando no segundo lugar. A fotografia do momento da sondagem mostra uma antecipação da polarização entre anti-petistas e petistas, com alguma vantagem para o substituto de Luis Inácio Lula da Silva.
Ás 10h33 (horário de Brasília), o Ibovespa recuava 0,39%, a 78011 pontos. O contrato de dólar futuro com vencimento em outubro tinha queda de 0,56% cotado a R$4,143 e o dólar comercial caía 0,15% para R$4,129. No exterior, o dólar perde força ante as moedas emergentes. As taxas de juros futuros devolvem a alta assimilando os dados do Ibope e à espera de comunicado da Copom.
“O mercado irá monitorar, ao menos neste momento, a rejeição e a disputa para segundo turno. Somente uma virada muito excepcional tirará Bolsonaro ou Haddad da próxima fase. Assim, o processo eleitoral terá muitas semelhanças com 2014 e as pesquisas farão preço”, comenta Faria Júnior, consultor de valores imobiliários da Wagner Investimentos.
Em um cenário de segundo turno entre Haddad e Bolsonaro, o time de análise política da XP Research acredita que o PT deve apresentar a ideia de “todos contra o risco à democracia” e Bolsonaro “todos contra o PT”. “Esperamos volatilidade ao longo das próximas semanas, o cenário de segundo turno está longe de ser definido, e a rejeição de Bolsonaro é o maior desafio para o mercado”, afirma a XP em relatório.
Ainda no radar dos investidores estão a tensão comercial entre a China e Estados Unidos e a ofuscada decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre a Selic, que deve ficar inalterada em 6,50%.
A pesquisa Ibope divulgada na noite de ontem mostrou que Jaior Bolsonaro (PSL) segue mostrando tendência positiva e dessa vez viu suas intenções de voto passarem de 26% para 28%. Na sequência, Fernando Haddad (PT) agora assumiu o segundo lugar isolado, crescendo 11 pontos percentuais, agora 19%. Enquanto isso, Ciro Gomes (PDT), estagnou com 11% das intenções, mas viu os dois candidatos atrás dele oscilarem negativamente. Geraldo Alckmin (PSDB) passou de 9% para 7%, enquanto Marina Silva (Rede) agora tem 6%, contra 9% do levantamento feito dia 11 de setembro.
Nas quatro simulações feitas para segundo turno, todas contando com Bolsonaro na disputa, o candidato do PSL empata em três cenários, vencendo apenas Marina Silva (41% a 36%). Contra Alckmin e Haddad, ele empata numericamente. 38% com o tucano e 40% com o petista.
Do InfoMoney.