Bolsonaro irá manter equipe desastrosa de Temer na economia
Apontado como futuro ministro da Fazenda se Jair Bolsonaro (PSL) vencer a eleição, Paulo Guedes, admitiu ao blog que pode incorporar integrantes da atual equipe econômica ao seu time, mas não convidará ninguém que não sinalizar que queira continuar no governo.
“Alguns são muito bons. Mas terão de manifestar clara intenção de continuar. Porque nós temos também um time excelente”, disse Paulo Guedes.
O economista manteve conversas com integrantes do Ministério da Fazenda e do Banco Central durante a campanha presidencial – principalmente para discutir propostas de uma eventual transição – como a reforma da Previdência.
O economista tem defendido a urgência da proposta – em discussão no governo Temer – mas a posição causou ruídos entre aliados de Bolsonaro, como o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que disse ser contra a votação da reforma proposta por Michel Temer. Político, Onyx quer deixar o tema polêmico para depois da campanha eleitoral. Na prática, quer poupar Bolsonaro do tema espinhoso com a campanha em curso.
Mas Guedes acredita que, assim que a eleição terminar, precisa haver um esforço para tentar pautar o tema. A posição é a mesma do ministro Eduardo Guardia, da Fazenda, com quem Guedes tem mantido conversas.
Além das conversas de olho na transição no Executivo, parlamentares do centrão já trabalham para viabilizar uma reeleição de Rodrigo Maia na presidência Câmara com o argumento de que o deputado do DEM não precisará “mudar sua ideologia” para defender a aprovação da reforma da previdência e outros temas da agenda econômica.
Maia tem boa interlocução com partidos de todos os campos na Câmara para negociar pautas polêmicas, e tem bom relacionamento com Guedes. Os deputados do centrão apostam neste combo para convencer o futuro ministro da Fazenda a apoiar a reeleição do atual presidente da Casa.
O plano de Maia, no entanto, esbarra nos projetos de deputados eleitos aliados de Bolsonaro, que já miram a cadeira do atual presidente da Câmara.
Outro ponto em discussão na campanha de Bolsonaro é a criação de alguns conselhos de assessoramento à Presidência, como nas áreas da defesa e energia.
O economista chegou a defender que Bolsonaro criasse um núcleo de relações exteriores e defesa na campanha, mas não avançou. O tema deve ser retomado se o candidato vencer a eleição.
Do G1.