Com Temer, Brasil passou a ficar em desvantagem em negócios com EUA
Após as críticas do presidente americano Donald Trump às relações comerciais com o Brasil, o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Abrão Neto, afirmou que os EUA tiveram um superávit de US$ 90 bilhões apenas no comércio de bens com o Brasil nos últimos dez anos.
“Se forem considerados bens e serviços, essa relação é favorável para os EUA em US$ 250 bilhões”, afirmou o secretário, durante a divulgação da balança comercial brasileira de setembro.
“No ano passado, nossas exportações para os EUA cresceram 6,2%, e nossas importações mais que o dobro, 13,3%. Existe um viés crescente da corrente de comércio”, completou.
De acordo com Abrão, é necessário entender melhor o contexto e teor das declarações de Trump.
“Nós precisamos entender mais em detalhes qual é o contexto e o teor do pontos de preocupação externados pelos EUA. De maneira geral, temos uma relação comercial muito positiva com os EUA, é o nosso segundo principal parceiro comercial. Temos um comércio com um perfil muito complementar e estratégico de trocas comerciais”, ponderou.
O secretário também disse que há diversos temas que podem ser aprofundados na relação bilateral.
“Há uma avenida de temas a serem aprofundados na relação bilateral, que podem contribuir mais ainda para o fortalecimento do comércio entre Brasil e EUA.”
Segundo Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Washington, o presidente Donald Trump provavelmente não se referia a tarifas brasileiras sobre produtos americanos, que são, na maioria, bastante baixas.
“Ele afirmou que o Brasil é o mais duro do mundo com as empresas americanas, e acho que ele está falando sobre os impostos cobrados das empresas, a taxação, o custo Brasil – que, de fato, é muito alto”, disse Barbosa, que é presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da FIESP.
“O Brasil não tem uma economia fechada para os produtos americanos, mas tem, sim, alta taxação das empresas americanas que operam aqui – e das brasileiras também.”
Segundo Barbosa, quem impôs barreiras foram eles, ao anunciar as tarifas sobre alumínio e aço. “Nós tivemos muitos anos de déficit comercial com os EUA (ano passado Brasil teve superávit de US$ 2,02 bilhões)” , disse.
Da FSP.