Datafolha confirma: fraude no WhatsApp influenciou eleições
Após a explosão do escândalo que atingiu hoje (18/10) a campanha de Jair Bolsonaro (PSL), o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, postou hoje em sua conta pessoal no Twitter que as “PESQUISAS ELEITORAIS evidenciaram a impulsão da onda nos momentos finais. RJ, MG e DF são claros exemplos. Ao se comparar as fotos das vésperas, registradas por Ibope e Datafolha, em comparação com a foto das urnas, o fenômeno é claramente explicitado”.
O comentário do diretor do Datafolha confirma que a fraude no WhatsApp praticada pela campanha de Bolsonaro influenciou o resultado das eleições. Reportagem de hoje do jornal Folha de S. Paulo revelou que “empresários bancam campanha contra o PT pelo WhatsApp” e que, “com contratos de R$ 12 milhões, prática viola a lei por ser doação não declarada”.
De acordo com a Folha, “serviços enormes de disparos de WhatsApp na semana anterior ao segundo turno comprados por empresas privadas” estavam programados, de modo a repetir a onda a favor de Bolsonaro e de seus apoiadores que atingiu a reta final do primeiro turno da eleição.
O jornal destacou, nesse sentido, o exemplo da campanha para o governo estadual em Minas Gerais. Ali, dias antes do primeiro turno “eleitores em Minas receberam mensagens de WhatsApp vinculando o voto em Zema ao voto em Jair Bolsonaro” e que “Zema, que estava em terceiro nas pesquisas, terminou em primeiro”.
Fernando Pimentel, do PT, que estava em segundo nas pesquisas até a véspera da eleição, acabou fora do segundo turno após essa onda em favor de Zema. E Dilma Rousseff, que liderava as pesquisas para o Senado até a véspera também, terminou na quarta posição – de modo completamente surpreendente. Agora, as explicações, pelo jeito, começam a aparecer.
“A perplexidade geral dá lugar a uma explicação racional, hoje, na Folha, que mostra como empresários bancam disparo de mensagens nas redes de forma ilegal”, conforme destacou hoje em sua conta pessoal no Twitter a jornalista Mônica Bergamo.