Fracasso em eleições pode acabar com o PSDB

Todos os posts, Últimas notícias

O presidente do diretório estadual do PSDB em São Paulo, Pedro Tobias, afirmou durante um discurso a militantes tucanos que o partido vai acabar caso João Doria não vença a eleição ao governo do Estado, administrado há 24 anos pela sigla. O ex-prefeito da capital disputa o segundo turno contra o governador Márcio França (PSB).

“Não podemos perder a eleição em São Paulo. Se perde a eleição em São Paulo, gente, o partido acaba”, afirmou Tobias, em um trecho que foi filmado. O discurso foi feito em uma reunião fechada com militantes do PSDB na última segunda-feira, 15, em uma sala cedida pelo PSD, sigla aliada dos tucanos, no centro da capital.

Após ouvir alguns gritos de “não vai perder”, Tobias respondeu ao microfone: “Não vai perder? Então precisamos pedir voto”.  Presidente do PSDB paulista desde 2015, ele é deputado estadual há cinco mandatos consecutivos pela região de Bauru, interior paulista, e decidiu não tentar a reeleição neste ano.

Procurado pelo Estado nesta quarta-feira, 17, para falar sobre a possibilidade de o PSDB acabar caso seja derrotado nas urnas em São Paulo, Tobias minimizou o tom do discurso adotado diante dos apoiadores. “Alguém que não presta foi lá e gravou isso. Mas tem que ver o contexto. É lógico que se o PSDB perder em São Paulo, vai sair machucado, mais machucado ainda. Mas nós vamos ganhar a eleição com Doria e construir um PSDB novo”, afirmou.

Pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada nesta quarta-feira mostra João Doria com 52% das intenções de voto ao governo contra 48% de Márcio França, resultado que configura empate técnico, já que a margem de erro do levantamento é de três pontos para mais ou para menos.

Esta é a primeira vez desde 2002 que a eleição a governador de São Paulo é decidida em dois turnos e a primeira vez desde 1989 que o partido não chega ao segundo turno ou não vence a eleição presidencial.

A votação pífia do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que terminou a corrida ao Palácio do Planalto em quarto lugar, com apenas 4% dos votos válidos, e o desempenho das bancadas tucanas na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislaiva, onde encolheu de 19 para apenas 8 cadeiras acendeu um sinal de alerta no partido.

Do Estadão.